Sob o céu estrelado
As palavras estão presas na minha garganta, não encontro nenhuma maneira de colocá-las para fora. Tenho vontade de gritar, de te sacudir dizendo: ei, eu tô aqui!.
Mas nada funciona, é como se tivessem tapado minha boca com aquela super cola.
Sabe Alfredo, faz tempo que não te escrevo, que não te vejo, que não te sinto, que não ouço sua voz de menino quase homem. Faz tanto tempo que não acordo de madrugada apertada na cama, mas ao mesmo tempo confortável por ter suas mãos ao meu redor. Lembro que todos os dias que nos vimos, eram dias chuvosos. Talvez, não todos, mas a maioria. E no último dia, sentados no portão da Amanda, a lua estava lá, tão grande. E também tinham as estrelas, brilhantes, aos milhares. A maioria dos casais ficariam felizes por estarem sob o céu estrelado, mas não nós, que sempre preferimos a chuva. Sabíamos que os dias chuvosos eram os felizes, pois era quando estávamos juntos. E ali, debaixo daquele céu, só chovia em nossos olhos. Era o fim e sabíamos disso. Foi a despedida mais linda e triste, primeira vez que meus lábios não encontraram os seus, apenas um abraço e um "se cuida". E os olhares dizendo "eu te amo", mas nenhuma palavra fora proferida.
Não, a culpa não foi sua e eu sei. Estraguei tudo, não é mesmo? Mas já te expliquei, era tudo tão bom, tão perfeito e maravilhoso, que eu temia em ser uma ilusão e me machucar. E acabei te machucando da pior forma.
E agora estou aqui, escrevendo no meu bloco de notas, você nunca vai ler. O cursor ficou piscando por 1 hora na sua janela de mensagens, mas não tive coragem.
Sei bem que é tarde demais, que nada o que eu diga vai mudar o passado e nem criar outro laço entre nós. Não sei nem porque estou escrevendo, já não tem mais coesão alguma. Mas, só queria que, de alguma forma, você soubesse que eu sempre quis você na minha vida. Só não soube como mantê-lo nela.
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