Cranela ›› Blog por Gabriela Cadamuro

UMA MISTURA DE CRAVO E CANELA

  • Sobre
  • Cranela
  • Colunistas
    • Camila Leal
    • Emir Bezerra
    • Thamilly Rozendo
    • Nathalia Cancella
    • Larissa Araújo
    • José Ramos
    • Ana Jackson
    • Camila Fencz
    • Renan Mozer
    • Victória França
  • Extras
    • SluttMag
    • WebSerie
  • Contato

Conversando com umas amigas sobre relacionamentos passados, percebi o quanto nós nos enchemos de ódio e raiva quando algo sai do planejado e, na maioria das vezes, a pessoa na qual você possuí algum relacionamento, deixa a desejar com você. Um exemplo bem claro disso são as traições e os desentendimentos sem motivo. (Eu nem vou entrar na questão do ciúme e da possessividade aqui porque é conteúdo pra outro texto).

Mas enfim, o que eu quero dizer aqui é que odiar alguém ou até mesmo nutrir um sentimento ruim por uma pessoa que te machucou, não irá te fazer sentir-se melhor por isso. Na verdade o que acontece é o oposto. Quanto mais você pensa nas coisas ruins que aconteceram no seu relacionamento ou até mesmo nas coisas ruins que o outro te fez e na dor que ele te causou, mais sua energia se esgotará e mais sua fé acabará. Chega a ser difícil acreditar que as pessoas são diferentes e que atitudes que magoam não vem de qualquer um.

Quanto mais você remoer um sentimento, mais ele afetará não apenas seu estado emocional e a forma com que você lida com as coisas, mas também sua saúde física. É nítido que algumas situações nos deixam bem deprimidos e extremamente chateados, sem acreditar realmente que aquela pessoa que tava ali do seu lado e que você confiava e amava tanto, foi hiper egoísta e não pensou em você nenhum minuto sequer. Mas, senta aqui, para e pensa comigo: odiar e amargurar uma raiva por essa pessoa realmente vai te tirar daquele estado ruim e te levar a um lugar melhor?
Você sabe a resposta.

Eu sei que dói, nossa e como eu sei. Eu sei que é difícil fazer, que é fácil falar e que superar machuca, que o tempo é longo e que o caminho pra chegar até essa maturidade é muito chato, mas eu também sei o quanto você é uma pessoa forte e dona de si, o quanto você consegue ser mais que uma pessoa ou um sentimento ruim na sua vida e o quanto você é incrível só por ser quem você é.

A gente não precisa de ninguém pra ser bom pra nós mesmos, mas às vezes a gente precisa de alguém pra mostrar o quão bom e auto-suficiente nós somos!

Gabriela Cadamuro

Pode parecer clichê, e é, mas existem coisas que depois de quebradas, não tem conserto. E o coração é uma delas. 

Por mais que a gente se esforce pra voltar ao normal, voltar a confiar e até a amar da mesma maneira, não consegue, não depois de um coração partido, seja ele por qualquer motivo. A gente tá lá, feliz e boba, achando que encontrou o cara certo, príncipe encantado, que nunca vai te ferir. Fica uns meses bem, até uns anos, quem sabe, mas no final, o cara sempre faz cagada, sempre. Não importa, ele pode estar com a mulher mais incrível, mais linda, mais inteligente de todas da cidade, mas ele sempre vai fuçar onde não deve. E sabe por quê? Porque os caras são assim, é instinto né? Instinto de não ter caráter, de não valer nem o miojo que come, nem o suco de pó de 25 centavos. Porque eles insistem em mentir, em fingir e machucar a pessoa que o ama. 

Vai procurar uma grama mais verde, uma limonada mais nova, e depois volta como se nada tivesse acontecido. E pior, ainda tem a cara de pau de olhar no fundo nos olhos e dizer que ama, que tá arrependido, "vamos voltar ao zero, prometo que vou mudar". Jura até pela própria mãezinha, que safado. 

E a gente acredita, damos segunda, terceira, quarta chance, e até mais, acredite tem gente que fica nessa até o último dia da vida. Volta achando que ele vai mudar, e que você também vai mudar, porque depois de uma quebrada dessas, a gente se transforma né? Mas ninguém muda. Ele não muda e isso é fato, porque quem trai uma vez, trai sempre, e é porque traição faz parte do caráter, ou melhor, falta de caráter. E se não tem caráter, nunca vai ter, porque não é uma coisa que se constrói. Ou é ou não é. 

Você também não muda, porque nunca vai confiar novamente, sempre vai ter um carrapatão atrás da orelha, se chegar em casa 15 minutos mais tarde do que de costume, já é motivo pra guerra. Olha, tenho um conselho pra te dar: se o cara não te ama agora, ele nunca vai te amar! Não caia nessa de mudança, não mudam. Não existe homem fiel, existe estar fiel, ser fiel não existe, um dia ele volta a procurar outra grama pra ir pastar. 

E o seu coração? Ele nunca vai voltar ao normal, porque coração partido não se conserta. E o cara? Troque de cara, porque esse novo cara também pode partir seu coração, mas também pode ter caráter e ser verdadeiro com você. E se ele não tiver, vai te magoar, mas acredite, é melhor ser magoada por vários caras diferentes, do que passar a vida inteira sendo magoada pela mesma pessoa. 

Nathalia Cancella, colunista. 

Não temos um futuro distópico, muito menos um drama psicológico profundo, com diversas camadas de emoções humanas (hahahaha sei, são mutantes). Contudo, temos um road movie com uma pegada “família” e o Wolverine/Logan, que sempre desejamos nos filmes da Fox. Claro! Essa unidade familiar é cheia de erros, a começar pelo fato de que os envolvidos não possuem parentesco direto. Outro ponto controverso é a relação forçada entre Logan e X-23, que ocorreu muito mais por insistência de Xavier. Este por sinal, sofrendo de Alzheimer, o que coloca todos ao seu redor em risco quando acontece uma perda de controle de suas capacidades mentais (poderes). Coloque nisso tudo sangue, e temos o que para mim se não é o melhor filme sobre X-Men já feito, um dos três melhores.
 Logan (2017), é tudo que faltava na franquia do mutante Wolverine. É um filme violento, dramático sem perder a mão e verdadeiro em suas propostas. Nesse caso, apresentar uma alternativa para todo o universo dos mutantes no cinema. Não inventou um novo conceito de filmes de super-heróis, por que dificilmente essa linha agressiva de narrativa será seguida. Não teremos cabeças rolando, pernas sendo cortadas e o uso exagerado de drogas lícitas em filmes da Marvel (estúdio), DC e me arrisco a dizer nos próximos filmes da Fox, com exceção de DeadPool. São situações que não se encaixam na zona de conforto dos filmes desses estúdios.
O momento para o filme do Carcaju ser para maiores de 18 foi propício e teve pontos e situações favoráveis. DeadPool, Hugh Jackman se aposentando do papel, e claro a vontade do povo em ter um Wolverine decente. Se nada disso estivesse acontecendo ou acontecido (hahahahaha), o filme teria sido violento mas, com certeza sem tanto sangue, pernas voando, ou cortes profundos detalhados nos close da câmera. Esse talvez seja o mérito desse filme, mostrar tudo e ainda assim entregar uma história que te prende. Nesse ponto entra a família, mesmo a desajustada união dessas figuras te faz pensar nos fatos anteriores aos eventos do filme. Como tudo chegou aquele ponto. Os três representam um ciclo. O velho sábio, o adulto impulsivo e a criança ingênua. Parece estranho essas colocações, mas, esse caminho com suas lacunas sugerem ideias que mortificam a condição especial de ser mutante naquele contexto.

Apresenta o fim lógico para todos os serem vivos, a morte, aqui exaltada em Xavier. O cansaço do tempo e a perda da paciência, personificada na figura acabada de Logan. A pureza e imprudência da tenra idade que não consegue discernir certo do errado sem uma orientação, fica visível na agressividade de X-23. Figuras díspares que triunfam em seus objetivos na história. Nesse trajeto falta o jovem adolescente, em seu auge de arrogância e força física. Nesse caso podemos entender o ser humano normal, como uma alegoria a está fase da vida. Algo que ficou para trás na evolução e tenta em suas revoltas e tentativas de controle domar o tempo, e a juventude que foge deixando suas marcas.

EMIR BEZERRA

Caraca, foi difícil chegar onde cheguei. Conseguir trilhar os caminhos que criei pra sair do labirinto que era amar você. Na verdade, foi difícil conseguir subir cada degrau, depois que você me jogou lá de cima com suas palavras de ingratidão e sua hipocrisia.
Não. Não vim pra dizer o quanto você foi ruim comigo, pelo contrário, vim pra dizer que hoje, depois de quase um ano, eu ando lidando muito bem com a saudade e a sua ausência. Não vou mentir que sinto saudade; sinto, mas não me corrói mais e nem machuca. Não mesmo. A sua ausência já não me deixa em claro durante noites e não me faz olhar sua foto do Whatsapp a cada dois minutos. Aquela necessidade de falar com você todo o tempo já não existe mais e a dor de pensar em te perder foi embora junto com você.
Não pense que eu vou ficar preocupada se você ler ou não esse texto, porque pra ser sincera, de você não espero mais nada, nem um cumprimento. Pra falar a real, eu digo isso, nesse texto, pra mim mesma e pra tantas outras pessoas que se martirizaram por pensarem que não ia ter volta, que ia doer pra sempre e que a dor da falta nunca ia passar. Mentira. Ô se passa. Escrevo pra jogar na sua cara e na de todos que acham que o amor é jogo perdido, que não vale a pena jogar e até mesmo quebrar algumas regras.
Nunca precisei de você pra ser feliz antes e não vou precisar agora. Sua ausência já nem me faz cócegas.
Meu querido, você já nem sabe mais como estou, se me machuquei em algum acidente ou se tenho entrado em uma nova faculdade. Nossos domingos obrigatórios de jantar ou cineminha parece que nunca existiram depois de todo esse tempo, porque o meu esforço pra apagar você do meu coração foi além. Não apaguei as memórias boas e as lembranças legais, muito menos esqueci o sexo e as noites sem dormir ao seu lado, fazendo o que a gente mais mandava bem em fazer, só deixei que a brisa do mar levasse, igual poeira.
Gabriela Cadamuro - Cranela.

 Ele tinha certeza: Ela o amava. E foi usando desse álibi que ele pisava, magoava e depois pedia perdão, pois sabia, ela o perdoaria. O coração dela sempre muito solícito perdoava e se recompôs por diversas vezes. Tentou fazer dar certo, engoliu os sapos e acabou se engasgando com aquelas palavras não ditas por medo de começar ou prolongar uma briga.
E então depois dos erros ele apaziguava a tempestade que havia criado e de alguma forma tentava consertar as suas falhas. Mas depois de um tempo falhava novamente. Lá estava ele machucando o seu coração com palavras que não deveriam ter saído do seu pensamento. Lá estava ele dizendo o que não queria ter dito ou feito isso, mas pela força do momento, pelo impulso, acabou dizendo. Seu orgulho o cegou. Não conseguia pedir desculpas e deixava o tempo passar. Ela orava e pedia a Deus para acalmar a tempestade do seu coração, por diversas vezes chorou baixinho no colo de Deus pedindo respostas. Ela não queria desistir, ela o amava tanto que só queria que as coisas melhorassem e que o amor voltasse a ser leve.
Naquele momento ela entendia perfeitamente o poder das palavras, e como aquelas frases ditas por ele feriram o seu coração. Como dói ouvir certas coisas de quem amamos como fere as desculpas dadas, a indiferença e até o que não é dito, afinal o silêncio também machuca e nos deixa impotente diante do outro. Ele não regava o jardim dela, não plantava flores e não semeava.
Ela por muito tempo tentou fazer dar certo. Insistiu, e tentou recomeçar, usando do diálogo como ferramenta deixando o orgulho de lado e exercendo a paciência, abriu o seu coração e mergulhou nessa história de amor sem medo. Por diversas vezes, disse o quanto estava disposta a lutar por essa história, e embora ele concordasse com a cabeça, não fazia por onde, eram apenas palavras e não passava de teorias.
Ele achou que nunca iria perdê-la. Por mais que ela avisasse que um dia iria cansar ele não deu bola, achou ser fase, momento ou bobagem. Enquanto ela não o deixou partir, ele partia o seu coração. Os recomeços mais pareciam um fim. Mas um coração cansado por mais que pulse decide ir porque não aguenta mais sofrer. A gente cansa de chorar baixinho de encharcar o travesseiro com lágrimas durante a madrugada e de parecer bem no outro dia para não ter que explicar tudo o que aconteceu. Ela cansou de tentar consertar os erros e de ter as suas feridas sempre cutadas. O amor de forma alguma dá as costas para a dor do outro. Quem ama cuida. Protege. Acolhe. Quem ama semeia o jardim do outro e por mais que traga alguns espinhos, sabe fazer daquele terreno terra fértil. Não insiste naquilo que machuca, arranca risos e deixa  saudade como quem volta depois com uma rosa.
O amor é uma via de mão dupla não dá para apenas um tentar construir se o outro deseja se acomodar. Ele pela força do hábito achava que o que ela fazia era suficiente, ah como ele gostava de se sentir amado e importante. Como ele gostava dos agrados, dos sorrisos, das surpresas. Ele gostava mesmo de se sentir lembrado no meio da semana, na ida ao supermercado e de ganhar o seu chocolate preferido numa quarta-feira qualquer. Entretanto, ele não se lembrava dela, não demonstrava saudade e esquecia do interesse. Ele achou que isso não iria se esgotar. Não regou e deixou morrer o sentimento mais puro que alguém poderia lhe oferecer. Deixou partir quem fez de tudo pra ficar.
E então, depois de tantos tombos, falas que feriram o seu coração, e avisos, ela cansou, pegou as suas coisas e foi, mesmo que a partida doesse mais do que os espinhos que havia ganhado. Ela no deserto quis florescer e sabia que ali as flores murchariam. Com a sua partida ele percebeu o seu valor, notou que deixou ir quem queria fazer morada, deixou ir quem fazia de todo o possível para vê-lo feliz. Quem sonhava junto e não tinha medo dos vendavais, afinal ela sempre segurava a sua mão. Mas agora, era tarde demais. Ela prosseguiu como quem sabe que tomou a decisão certa e ele, que sempre achou que nunca a perderia, acabou perdendo por não regar o seu jardim e por esquecer de que o amor é uma flor que precisa ser regada diariamente. Ele se esqueceu de contemplar a sua beleza e depois de tanto partir o seu coração ela partiu como quem não quer mais um amor cansado, como quem não quer mais migalhas. A saudade e o arrependimento já não eram suficientes para tê-la novamente. Aquele seu coração bondoso e disposto a recomeçou, hoje se tornou um coração decidido a não retroceder ao mesmo lugar que lhe roubou o seu riso fácil. 

Thamilly Rozendo


Ana perdeu seu filho de 3 anos quando estacionava o carro na garagem, ele estava atrás do carro esperando por ela, mas ela não o viu, foi um acidente que ela não superou.
Pedro nunca levou a filha de 2 anos para a natação antes, mas naquele dia sua mulher estava doente e coube a ele levar. A neném estava dormindo, e assim ele passou direto para o trabalho, fechou a porta do carro e só se lembrou dela horas depois, tarde demais, ela já havia ficado completamente sem ar. Foi um acidente que ele não superou.
Eliza se descuidou da filha de 3 anos por 5 minutos enquanto ela arrumava a casa, a menina foi para a piscina e o som estava ligado,  como era costume. Quando ela se lembrou já era tarde, a fralda pesou na água e puxou-a para baixo. Foi um acidente que ela não superou.
O que você tem em comum com essas três pessoas? Tempo.
Elas dariam tudo para voltar horas ou minutos atrás e desfazer o já então feito. E se? Quantas vezes Ana pensou: E se não tivesse chovendo naquele dia e ela esperasse um pouco mais no trabalho. Pedro pensará: E se eu tivesse me recusado a levá-la na natação pois estava atordoado com o trabalho. E finalmente Eliza: E se eu tivesse trancado o acesso para a piscina como deveria e não tivesse me descuidado lavando a louça.
Sei que por certo você que me lê agora terá inúmeras ocasiões para pensar sobre o E se. Grande parte delas estaria ligada ao passado, ações já realizadas, erros a serem reparados. Mas não é sobre o e se, é sobre o tempo que você não mais vive que te ligo a essas 3 pessoas.
É o desperdício de tempo recusando convites de amigos pois você está mal demais para sair, é o desperdício se entupindo de comidas industriais, quando poderia se arriscar na cozinha. É o desperdício em não dizer “eu te amo”, pois tem medo. É o desperdício em se arriscar em algo que queira muito. Desperdício. Ana, Pedro e Eliza não mais vivem em função de seus traumas, e hoje passam horas na terapia e dormem com ajuda de medicamentos. Sei que um dia os três finalmente poderão se perdoar e seguir em frente.
Mas e quanto a você e seu trauma de viver? O seu excesso em dormir, o zelo com o corpo mas não com o que pensa sobre ele. Você não tem grandes feitos a serem perdoados, mas grandes a serem aceitos. Você precisa se aceitar primeiro, se amar primeiro, deixar o e se, e finalmente dizer: por que não?
São coisas que digo para mim, também.


Larissa Araújo, colunista. 



Eu achava que não precisava de ninguém, depois de tantos tombos e feridas me fechei para esse tal do amor. Na verdade eu não sabia que eu precisava, depois de tantas histórias e fracassos, de alguém que tivesse paciência comigo, que entendesse as minhas feridas e a parede que criei em meu coração. Alguém que visse os meus bloqueios como algo que pudesse ser destruído, que não entendesse as minhas grosserias e falta de romantismo como falta de sentimento, mas como medo. Medo de me machucar, de novo.
Eu só precisava de alguém que olhasse para mim por segundos e que sussurrasse ao meu ouvido o quanto eu estava linda, que gostasse do meu pijama velho, do meu cabelo desarrumado e adorasse a decoração nova que fiz no meu quarto.
Eu só precisava de alguém que se preocupasse com os meus problemas não a ponto de resolvê-los, mas que se importasse com a minha dor. Que ao olhar para o meu passado e a minha história entendesse o porquê de tantas barreiras.
Eu só precisava de alguém que se lembrasse do meu chocolate favorito quando vai ao supermercado, que achasse graça no meu sono exagerado e nessa minha paixão por comida.
Eu só precisava de alguém que me abraçasse bem forte como quem diz “Eu te protejo”. Alguém que fizesse dos meus domingos tediosos mais alegres e que tornasse um filme dublado engraçado e divertido. Alguém que me mandasse um verso bonito que leu num livro qualquer.
Alguém que entendesse que não sou esse coração de pedra que dizem e que ao me conhecer enxergasse o melhor de mim, sentindo saudade quando eu tivesse que partir.
A verdade é que eu almejava por alguém que entendesse o meu medo de se apaixonar novamente, mas que fizesse com que eu me apaixonasse num piscar de olhos, daqueles sentimentos que quando a gente vê, já foi. Uma companhia boa daquelas que o tempo voa quando a gente está perto. Alguém que adorasse o fato de ficar deitado comigo, olhando paro céu, para estrelas ou para a parede velha do meu quarto, planejando um futuro mesmo que distante. Eu só precisava de alguém para compartilhar os meus segredos, contar como foi o meu dia e que não achasse os meus sonhos uma bobagem.
Como eu queria alguém que se orgulhasse de mim, que vibrasse com as minhas vitórias e que adorasse brincar com o meu cachorro. Eu só precisava de alguma forma saber que alguém não iria desistir de mim na primeira dificuldade, e mesmo com todos os bloqueios que criei, não iria desistir de mim na primeira briga ou me abandonar no primeiro problema. Eu só precisava de alguém que tropeçasse nesse tal de amor, que esbarrasse em mim e me abraçasse como quem diz “esse foi o melhor tropeço da minha vida”.
Eu queria ter o meu tempo respeitado, na verdade, eu só precisava de alguém que fizesse eu me arriscar e que me desse coragem para tentar o novo.
Na realidade eu só precisava de alguém que me fizesse entender o porquê de nunca ter dado certo com ninguém antes. Logo eu que achava não precisar de ninguém, depois de tantas dores e de quase desacreditar do amor, hoje me vejo tão bem ao lado de um alguém que ao invés de espinhos, trouxe flores. 

Thamilly Rozendo

Qual é a sua concepção sobre o amor?
Já vi muitas pessoas suspirando de amores quando acabam de ver um filme de romance e dizer: “Isso só acontece na ficção, na vida real não é bem assim” em tom de desapontamento.  Realmente a realidade é bem diferente dos filmes romanceados que vemos por aí. E na maioria das vezes esse é o nosso problema, porque idealizamos demais algo que foge do certo e errado, de algo que não se enquadra em padrões, e, como consequência estamos sempre  nos decepcionando quando o assunto é esse tal do amor. Idealizamos um amor que está longe de ser e de acontecer, porque o amor não segue essa lógica idealizada. Na vida real o amor enfrenta o medo, encontra como bloqueio as diferenças e a insegurança.
Nem sempre o cara vai te levar para um jantar a luz de velas e o primeiro encontro será perfeito, daqueles que você chega em casa suspirando e corre contar para as amigas. Nem sempre ele vai te ligar incansavelmente até você atender depois do primeiro encontro. Talvez na realidade as coisas sejam um pouco diferentes, talvez vocês se conheçam comendo um "dogão", se lambuzando de sorvete e rindo de coisas bobas em uma noite qualquer, talvez ele vá de bicicleta te ver e não meça esforços para arrancar um riso teu.
Pode ser que o cara não seja o mais desejado pelas mulheres, não tenha tantas curtidas nas fotos, deteste academia e não dispensa assistir um jogo de futebol no domingo à tarde. Talvez ele seja aquele que te beija na testa enquanto vocês esperam o elevador, que leva você ao cinema para ver aquele filme que você tanto quer ver e te deixa escolher o sorvete do Mc Donald’s
Talvez ele seja aquele cara simples com o coração gigante que te encanta a cada dia, que te abrace quando você estiver triste e que sussurre em seu ouvido “eu estou aqui com você”.
Pode ser que ele seja o homem que te olha como quem te admira e depois diz o quanto você esta linda como quem espera o teu sorriso tímido disfarçado de amor. Aquele cara que te olha nos olhos sem medo do silêncio, sem medo do que possa vir depois e que encare as tempestades com você. Talvez ele seja o cara que ame a tua paixão por comida e sabe que te levar para comer um lanche com muita batata palha, é certo que arranca um riso teu.
Talvez ele não seja um príncipe como nos contos de fadas e tudo não aconteça tão rápido quanto nos romances, é que na realidade as coisas são diferentes.
Talvez ele seja o grande amor da sua vida, um amor que não se enquadra nos seus padrões, pode ser que ele seja o cara que realmente te deixa à vontade para ser quem você é, aquele que te da à liberdade para soltar a sua risada escandalosa, e te deixa à vontade para contar aquela piada sem graça que ninguém ri.
Pode ser que você esteja idealizando demais, vivendo de menos, esperando muito e se decepcionando em dobro, deixando de ser feliz com quem realmente te faz feliz. Saía dos padrões, se liberte dos status e permita-se, afinal, o novo é bonito e não assustador como parece. O amor na vida real é mais bonito que o conto de fadas, não nos garante finais felizes e nem um príncipe encantado, mas nos garante um coração disposto a amar, nos faz amadurecer e melhorar tanta coisa em nós que é bonito ver a evolução de nós mesmos com o tempo e com o outro. O amor na vida real nos permite pisar em terra firme e ao mesmo tempo alçar voo como quem deseja viajar no mundo do outro. O amor dos contos de fadas, dos filmes romanceados tem a sua trilha sonora, mas como é bonito se reinventar e poder escolher a nossa própria melodia. 

Thamilly Rozendo


Suspiro, e me vem uma dor no peito que carrega consigo o nosso fim. E choro, pela falta de suas palavras quando meu zelo foi sempre deixar claro tudo que sentia por você, desde o nosso primeiro encontro, naquela praça.
Encontro da falta de intimidade, das novas ideias surgindo, e bem, gostei de você logo de cara, e lhe perdoei, quando você me ignorou por uns minutos e me deixou só, enquanto esperava o ônibus no ponto. Você  do outro lado falava com um amigo que eu nunca soube o nome.
Perdoei a sua falta de carinho, mesmo que quisesse dar, e a falta da carta que nunca sequer cheguei a receber. Quantas palavras não ditas, meu amor, para tantas tentativas de se garantir um amor futuro.
E insisti, insisti em recuperar todas as nossas chances, e me agarrei nos inúmeros bons momentos que tivemos, mas não se vive de passado, teríamos então que construir novos momentos no presente, mas não o fizemos, e assim demos lugar a frieza e o desencontro nos tomou.
Hoje, quando penso em você e em nós me vem um turbilhão de pensamentos, talvez muita decepção, pois seu silêncio inúmeras vezes me fez sentir pouco caso da sua parte.
Você que nunca soube encarar situações de peso com liderança, quando assumiu o fim do nosso nós, fez silêncio novamente, e ainda faz, o que me confirma que não deseja retorno algum da minha parte.
E suspiro, novamente, ao pensar que posso ter insistido sozinho durante um bom tempo, e me questiono: Será que só eu me perguntei o que houve com nosso relacionamento?
Pois se estava triste não disse, se queria algo diferente, não disse, se estava insatisfeita, com monotonia, se sentindo vazia, querendo algo diferente do que estávamos vivendo, não disse, nada, e aos poucos o não disse, nos matou. E eu, por outro lado, transbordei palavras, que nunca tiveram novamente sua resposta, apenas seu não dizer.


Larissa Araújo, colunista. 


 Contos de fadas nunca me arrancaram suspiros. Talvez porque nunca acreditei neles. Por muito tempo levei fama de coração de pedra e evitei falar de amores e relacionamentos. Por um bom tempo eu fingi estar tudo bem, outras eu realmente estava, mesmo não acreditando. Já fui rotulada como a “garota grossa” que não demonstra o que sente, quando na verdade sinto até demais.
Eu não quero um príncipe encantado. Eu quero alguém que goste da realidade tanto quanto eu. Que assuma as suas responsabilidades e que não prometa ficar se na verdade pretende partir a qualquer momento.
Eu só quero alguém que assuma o que sente e que não me traga desculpas. Eu não quero um príncipe encantado porque isso me soa como previsível demais, e, sinceramente, eu gosto mesmo é de gente que se reinventa e que não tenha medo de recomeços.
Eu dispenso as aparências que não refletem uma alma bonita, quem é covarde para amar e quem deseja me oferecer metade. Dispenso quem não pretende ficar e quem usa da indiferença ao invés do diálogo. Quem insiste em machucar. Eu quero alguém que não dê as costas para a minha dor e mesmo tudo sendo vendaval decida ficar, que esbarre com outros risos, mas que ainda assim decida pousar no meu.
Não precisa chegar com um buquê de rosas, montado em um cavalo branco, esbanjando charme como nos filmes que vemos por aí. Pode me levar para tomar um café e comer aquela coxinha de padaria que eu tanto gosto. Não precisa vir montado num cavalo, só precisa vir carregado de coragem, só precisa não ter medo de amar.
Não precisa jurar amor eterno, só precisa me escolher todos os dias mesmo quando eu não merecer ser a tua escolha. Entender que a minha TPM me deixa insuportável e isso não tem nada a ver com você. O que as pessoas não conseguem entender é que não desejo me abrigar em qualquer abraço ou me envolver com alguém por tentativa. Não desejo alguém para calar a solidão ou para preencher algum vazio. Eu só quero uma companhia leve, alguém que some e não suma. Eu quero alguém que incentive os meus planos, que não esteja comigo por meras aparências e que contemple aquilo que os olhos não podem ver: A minha alma bonita.
Eu não quero um alguém idealizado, nem sonhado, longe de ser o príncipe encantado, eu só quero alguém encantado o suficiente para ser o meu príncipe. E embora isso, possa soar como semelhante, só quem vê para além, só quem decifra o amor nas entrelinhas é que percebe a discrepância gritante entre querer alguém idealizado e querer alguém para somar, até porque quando esperamos aquilo que não existe nos frustramos e na somatória dessa história quem sai perdendo é quem deixa escapar o que é nobre e sincero só porque ele não se encaixa nos seus “padrões.”. 

Thamilly Rozendo
Postagens mais antigas Página inicial

Autora





Cranela é a singela mistura de cravo e canela. Dizia Jorge Amado "Gabriela".

Gabriela Cadamuro, canceriana, 24 anos. O jornalismo é a minha vida e a escrita é mais ainda, o chocolate é a forma de adocicar-me enquanto o café é de amargar-me. Tudo aqui foi e é criado com a vontade do ler, escrever, conhecer e amar. Tem muito mais por ai. Beijo, Cranela.

Redes Sociais

FANPAGE

Youtube

Instagram

POPULARES

  • Eu amo um ariano
    Se você abriu este link por mérito do título, você já ganhou toda a minha atenção. É por este motivo que eu te digo que este texto fala ...
  • A criatividade através das páginas
    Olá pessoal. Vocês já ouviram falar no livro "Destrua este diário" da Keri Smith?! Não? Então está na hora de conhecer como func...
  • O extraordinário mundo de August Pulman
    "Se cada pessoa nesse auditório tomar por regra que, onde quer que esteja, sempre que puder, será um pouco mais gentil que o necessár...
  • Eu sou de câncer, ou seja, ferrou!
    Sempre que começo a falar de alguma coisa sou meio intensa, meio dramática. É coisa minha, penso. Mas aí que me engano. Bom, por um acaso...
  • Os canibais de Garanhuns
    A algumas semanas atrás vocês ouviram falar de três pessoas (um homem e duas mulheres) que assassinaram, esquartejaram e comeram carne de tr...
  • Vem cá que eu te conto porque eu to solteira
    Primeiro tira da sua cabeça essa ideia vazia de achar que estou infeliz. Depois se despida desse discurso de que quem muito escolhe aca...
  • O resultado da Bienal
    Oi galera, finalmente a curiosidade sobre o resultado da Bienal acabou. Hoje é dia de mostrar os livros lindos e os autógrafos maravilhos...
  • Vai um aplicativo ai?!
    Oi galera. Eu decidi fazer um post sobre app's de celular toda a semana para vocês. App's diferentes ou aqueles super práticos e sup...
  • Maze Runner vale a pena?
    Olá pessoal. Vocês já ouviram falar da série "Maze Runner - Correr ou morrer", certo? Pois bem, o filme que estreou em setembro de...
  • A sorte é nossa
    Olá Cranela, muito tempo sem falar diretamente com vocês leitores, e confesso que deu saudades. Por isso aqui estou para trazer uma dic...

Copyright © 2016 Cranela ›› Blog por Gabriela Cadamuro. Created by OddThemes. Adapted by Camila Leal.