O efeito DeadPool para os filmes de (anti) heróis no cinema


Dia 11 de fevereiro pode marcar uma nova virada para filmes de super-heróis no cinema (TUDO BEM DEADPOOL É ANTI-HERÓI, MAS ENTENDERAM). Com a chegada do mais esperado filme do novo subgênero de blockbusters americanos, os baseados HQs, poderemos observar uma abertura para filmes mais adultos (pelos menos na classificação). DeadPool não é só uma comédia no estilo Marvel de vender filmes, é escrachado, violento, obsceno e honesto com o material original, pelo menos essa é a ideia que os trailers passaram. 
Considerando que o ator protagonista Ryan Reynolds, luta por esse filme há 11 anos, e já até se submeteu a interpretá-lo no sofrível X-Mens Origens: Wolverine de 2009, só para ter a chance de poder atuar como o personagem, pode-se esperar algo mais descente que aquela imitação do Baraka (lutador do clássico MK (não sabe o que significa a sigla? Mortal Kombat - vídeo game lançado em 1992 e blá,blá, procura na wiki)). Contudo, o grande mérito desse filme não será a luta do ator para levar as telas o falastrão DeadPool, e sim a classificação indicativa, +16. 
O que isso significa para as tramas de heróis nos cinemas? Se tudo ocorrer como previsto, poderemos esperar filmes de anti-heróis como Lobo, melhores filmes do Motoqueiro Fantasma, algo mais adulto do Batman (embora ache difícil), mais adaptações de personagens relacionados a editora Image Comics (Spawn, Witchblade), ao selo Vertigo (segmento adulto da DC). Remake de filmes como Spawn, Blade, O Corvo e uma série de personagens de quadrinho com um pegada mais séria e violenta. Não que seja garantido, o filme está tratando de um anti-herói até famoso nos dias atuais, e os personagens citados são mais obscuros para os fanboys da nova geração. Só que se fizer dinheiro é outros quinhentos. 
E Hollywood é isso, quem rende lucro, garante mais continuações e abre espaço para novas abordagens. Mesmo que inventem novas origens, vendam as mesmas revistas duzentas vezes com 4 capas diferentes, tudo para chamar sua atenção da massa e apresentar minimamente o produto. DeadPool com certeza fará isso. Assim como em 2008 quando Homem de Ferro, fez todos prestarem mais atenção naquele segmento novo que surgia em meio a blockbusters sustentados por rostos, não tramas. Agora me parece o momento da criação ser mais importante que o interprete. Reinolds, ao que tudo indica, ficará pouco tempo sem a mascará no filme, mostrando claramente que a intenção é apresentar o personagem. Pode parecer contraditório afinal o intérprete e a representação do anti-herói são naquele momento a mesma coisa. Entretanto, quando não existir a necessidade de conhecer quem está por trás da máscara, se cria uma atmosfera de mistério muito maior em torno das ações da criatura ali apresentada. Um ótimo exemplo são os matadores de filmes "slasher (subgênero de terror com assassinos psicopatas, Sexta Feira 23, Halloween etc.). O filme talvez possa sofrer na arrecadação, mas os custos de produção são pequenos se comparado aos filmes da Marvel (algo em torno de U$ 50 milhões, ainda não confirmado, os valores exatos são revelados muitas vezes após o lançamento), e por este motivo e também com o entusiasmo do fãs de quadrinhos, é certo que supere fácil os custos, garantindo assim, continuações, já confirmadas por sinal (não quer dizer muita coisa, se lembrarmos do filme do quarteto). 
Outro detalhe importante a ser destacado nesse filme é a campanha de marketing. Nunca se utilizou de forma tão coerente e lógica as redes sociais. A interação com os fatos, com as notícias, a satisfação de participar de momentos pontuais do filme e do ano colocando fãs e produção em sintonia pode marcar uma nova forma de vender uma ideia, sem astronômicos feitos no SuperBowl ou Time Square. Voltando ao primeiro parágrafo, dia 11 de fevereiro pode marcar uma nova virada... Contudo, pode ser um tiro no pés que afundaria muitas carreiras e deixariam muitos órfãos. 


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