Logan: Vestígio e méritos do tempo
Não
temos um futuro distópico, muito menos um drama psicológico profundo, com
diversas camadas de emoções humanas (hahahaha sei, são mutantes). Contudo,
temos um road movie com uma pegada
“família” e o Wolverine/Logan, que sempre desejamos nos filmes da Fox. Claro!
Essa unidade familiar é cheia de erros, a começar pelo fato de que os
envolvidos não possuem parentesco direto. Outro ponto controverso é a relação
forçada entre Logan e X-23, que ocorreu muito mais por insistência de Xavier.
Este por sinal, sofrendo de Alzheimer, o que coloca todos ao seu redor em risco
quando acontece uma perda de controle de suas capacidades mentais (poderes).
Coloque nisso tudo sangue, e temos o que para mim se não é o melhor filme sobre
X-Men já feito, um dos três melhores.
Logan (2017), é tudo que faltava na franquia
do mutante Wolverine. É um filme violento, dramático sem perder a mão e
verdadeiro em suas propostas. Nesse caso, apresentar uma alternativa para todo
o universo dos mutantes no cinema. Não inventou um novo conceito de filmes de
super-heróis, por que dificilmente essa linha agressiva de narrativa será
seguida. Não teremos cabeças rolando, pernas sendo cortadas e o uso exagerado
de drogas lícitas em filmes da Marvel (estúdio), DC e me arrisco a dizer nos
próximos filmes da Fox, com exceção de DeadPool. São situações que não se
encaixam na zona de conforto dos filmes desses estúdios.
O
momento para o filme do Carcaju ser para maiores de 18 foi propício e teve
pontos e situações favoráveis. DeadPool, Hugh Jackman se aposentando do papel,
e claro a vontade do povo em ter um Wolverine decente. Se nada disso estivesse
acontecendo ou acontecido (hahahahaha), o filme teria sido violento mas, com
certeza sem tanto sangue, pernas voando, ou cortes profundos detalhados nos close da câmera. Esse talvez seja o
mérito desse filme, mostrar tudo e ainda assim entregar uma história que te
prende. Nesse ponto entra a família, mesmo a desajustada união dessas figuras
te faz pensar nos fatos anteriores aos eventos do filme. Como tudo chegou
aquele ponto. Os três representam um ciclo. O velho sábio, o adulto impulsivo e
a criança ingênua. Parece estranho essas colocações, mas, esse caminho com suas
lacunas sugerem ideias que mortificam a condição especial de ser mutante naquele
contexto.
Apresenta
o fim lógico para todos os serem vivos, a morte, aqui exaltada em Xavier. O
cansaço do tempo e a perda da paciência, personificada na figura acabada de
Logan. A pureza e imprudência da tenra idade que não consegue discernir certo
do errado sem uma orientação, fica visível na agressividade de X-23. Figuras
díspares que triunfam em seus objetivos na história. Nesse trajeto falta o
jovem adolescente, em seu auge de arrogância e força física. Nesse caso podemos
entender o ser humano normal, como uma alegoria a está fase da vida. Algo que
ficou para trás na evolução e tenta em suas revoltas e tentativas de controle
domar o tempo, e a juventude que foge deixando suas marcas.
EMIR BEZERRA
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