Você não disse, nada.



Suspiro, e me vem uma dor no peito que carrega consigo o nosso fim. E choro, pela falta de suas palavras quando meu zelo foi sempre deixar claro tudo que sentia por você, desde o nosso primeiro encontro, naquela praça.
Encontro da falta de intimidade, das novas ideias surgindo, e bem, gostei de você logo de cara, e lhe perdoei, quando você me ignorou por uns minutos e me deixou só, enquanto esperava o ônibus no ponto. Você  do outro lado falava com um amigo que eu nunca soube o nome.
Perdoei a sua falta de carinho, mesmo que quisesse dar, e a falta da carta que nunca sequer cheguei a receber. Quantas palavras não ditas, meu amor, para tantas tentativas de se garantir um amor futuro.
E insisti, insisti em recuperar todas as nossas chances, e me agarrei nos inúmeros bons momentos que tivemos, mas não se vive de passado, teríamos então que construir novos momentos no presente, mas não o fizemos, e assim demos lugar a frieza e o desencontro nos tomou.
Hoje, quando penso em você e em nós me vem um turbilhão de pensamentos, talvez muita decepção, pois seu silêncio inúmeras vezes me fez sentir pouco caso da sua parte.
Você que nunca soube encarar situações de peso com liderança, quando assumiu o fim do nosso nós, fez silêncio novamente, e ainda faz, o que me confirma que não deseja retorno algum da minha parte.
E suspiro, novamente, ao pensar que posso ter insistido sozinho durante um bom tempo, e me questiono: Será que só eu me perguntei o que houve com nosso relacionamento?
Pois se estava triste não disse, se queria algo diferente, não disse, se estava insatisfeita, com monotonia, se sentindo vazia, querendo algo diferente do que estávamos vivendo, não disse, nada, e aos poucos o não disse, nos matou. E eu, por outro lado, transbordei palavras, que nunca tiveram novamente sua resposta, apenas seu não dizer.


Larissa Araújo, colunista. 

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