Reflexo no espelho

 foto: google

Uma das coisas mais difíceis na vida é escrever sobre você mesmo. Fugir do preciosismo, ser realista a respeito de si próprio, não exagerar, não esconder  nada e ainda sim não esquecer suas qualidades. Tarefa árdua. Passei por esse conflito recentemente quando me pediram para escrever um simples perfil, sobre a pessoa que eu deveria conhecer melhor que todos: “eu”. 

Foi complicado não cair na megalomania e sou muito. Difícil não esconder meus defeitos, resultado: um perfil, um tanto estranho a respeito de mim. Por que a estranheza? Por que a dificuldade? Por que o medo de me expor? São muitos porquês. Porém a verdade é simples. E se resume a uma pergunta. Você realmente conhece a pessoa que enxerga no espelho todos os dias de manhã ou fantasia ela para não admitir que é mais um?

Eu quase me torturei procurando essa resposta. Uma boa parte das pessoas não consegue formular a respeito de si própria um perfil bem definido, que fuja do simples e repetitivo gosto pessoal. Como se isso bastasse para dizer quem somos. Na verdade isso é um artifício social, para nos enquadrarmos as pessoas. Claro, existem os deslocados. Porém também tem aquelas pessoas que conseguem transitar em vários círculos sociais sem se deixar influenciar pelo meio. Para elas é tudo igual, sem rótulos, sem roupas para distinguir ou costumes específicos como gírias, trejeitos, gostos musicais, filmes etc.

 Esses cidadãos costumam ser bem relacionados, mas algumas vezes apenas são conhecidos. Por que falei desse ponto? Se você não sabe quem é o estranho no espelho, como vai conquistar a atenção de alguém. O que terá para oferecer? Mais do mesmo ou apenas repetirá tudo que já lhe foi dito, só trocando palavras? Conhecer a si próprio, pela minha experiência, vai além do que esperam de você. É importante e necessário conhecer suas principais características como pessoa. Os anos passam, as pessoas se vão, todos seguem a própria vida, não adianta achar que um grupo de amigos ocupará sempre o mesmo espaço físico.


Claro, amigo é sempre amigo. No entanto, quando essas pessoas não estiverem mais tão próximas, vai se adaptar novamente? Vai ser o mesmo? O que será você? É uma simples observação, não me baseei em pesquisas, apenas no simples fato de olhar no espelho e perceber que sei quem é o cara no espelho. Entretanto, sempre posso me surpreender.  Emir Bezerra, Colunista.

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