O futuro incerto de “Velozes e furiosos”

A franquia “Velozes e furiosos” se tornou a franquia mais lucrativa e duradoura produzida pela Universal Studio atualmente (fonte: Glamurama - site: UOL - matéria postada : 01-12-2013). A série que aproveitou o gancho do “tuning” do final da década de 90 como premissa principal, passou por um processo de amadurecimento no decorrer dos anos. Depois de um desastroso “+velozes +furiosos” (o pior filme de todos os seis já produzidos) vem o “Velozes e Furiosos 3” - Desafio em Tóquio (quem traduz esses títulos) que volta a premissa do primeiro filme valorizando mais o “tuning” e o ambiente com jovens tentando afirmar a personalidade em corridas clandestinas. Porém, o filme também não agradou a crítica especializada, que entendeu o filme em questão como retrocesso. Justin Lin assumiu a direção da franquia nesse filme trazendo um frescor a série e tentando fazer o público esquecer o segundo capítulo (difícil). 



 Após o Desafio em Tóquio, Vin Diesel voltou de vez a figurar como estrela maior de “Velozes e furiosos”. Já no quarto filme Toretto é novamente o centro das atenções. Lin nessa produção foi mais audacioso e literalmente esqueceu o mundo do “tuning” focou no desenvolvimento dos personagens e na ação. Foi assim também em “Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio” um filme com muitas explosões, Dwayne "The Rock" Johnson e um problema geográfico muito grande (para não dizer uma piada). O quinto filme da série não se apega a jovens sem personalidade, mas a visão caricata que o resto do mundo tem do Brasil (principalmente os americanos). Um verdadeiro soco na cara do povo brasileiro, o filme trata a cidade do Rio de Janeiro como uma grande aldeia, onde os presentes ganham a todos. Coloca um traficante estrangeiro que vomita uma verborragia doentia com relação a forma de tratar o brasileiro no centro da vilania.

Quem assistiu o filme entendeu tudo como uma grande licença poética. Porém, se analisarmos os estereótipos apresentados no filme, tipo: policia burra e corrupta, bunda (tem uma cena muito hilária onde Gal Gadot desfila em meio as gostosonas brasileiras e rouba a cena, só no filme mesmo) e policia americana mandando em tudo. Percebe-se que nem houve uma tentativa de conhecer a cultura do país. Apenas apresentaram mais do mesmo, e claro Porto Rico disfarçada de Rio de Janeiro.

Contradições à parte, o filme fez muito sucesso, principalmente no Brasil, dando oportunidade para um sexto e mais divertido capítulo. Tudo deveria, e assim deixou a entender que acabaria no quinto filme. No entanto, como já mencionei é a franquia de maior sucesso da Universal Studios, já lucrou nos cinemas mais de US$ 2,3 bilhões de dólares. O sexto filme tem um frouxo romance entre Toretto e Letty (Michelle Rodriguez) e um vilão sem profundidade como protagonistas do enredo sem lógica e cheio de lacunas. Porém, deixa mais espaço para os demais personagens (menos Brian (Paul Walker)) é nesse ponto que o filme é divertido. Chega de mostra apenas a família de Dom, temos que rir um pouco. O filme mantém boa ação, excede um pouco no heroísmo e invulnerabilidade de Toretto, mas nada que estrague a diversão.

“Velozes e furiosos 6” não peca pelo primor, não acerta muito também, amarra pontos perdidos na história e mantém o nível dos dois filmes anteriores. O que faz dessa película apenas diversão. A franquia está tomando um rumo mais sério. A partir de agora Toretto não é mais anti - herói e mocinho de fato. O sétimo filme traz uma carga emocional extra, a morte de Paul Walker, sucesso garantido. Só teremos certeza do futuro de “Velozes e furiosos” no oitavo filme. Walker quando estava vivo mencionou a intenção do estúdio em produzir mais dois filmes, que seriam o sétimo e oitavo.

O diretor Justin Lin anunciou sua saída da franquia depois do sexto filme alegando que iria desenvolver novos projetos. Vin Diesel agora estará sozinho como protagonista. Junto com Walker, sai Jordana Brewster que vivia a irmã de Dom, par romântico de Brian. Nesse sentido, parte família deixa de existir na franquia, os demais personagens mesmo com o desenvolvimento nos filmes são meros coadjuvantes.

Talvez Han (Sung Kang) fosse a melhor escolha, mas, seu personagem morreu no terceiro filme (Velozes e furiosos 4, 5 e 6 na cronologia da série acontecem antes do capítulo 3), esse ponto ainda serve de base para sustentar o inicio da história no sétimo filme.


A franquia velozes e furiosos se estabeleceu, rende muito dinheiro para o estúdio, tem uma legião de fãs, porém, agora está carente de mocinho galã. O estúdio sabe que afastar Vin Diesel e um tiro no pé. Um “reboot” por hora então se encontra descartado. O próximo filme certamente conseguirá superar em bilheteria seu antecessor. O motivo seria o fato de ser a ultima aparição de Walker na franquia. Só o dinheiro já garante o um novo filme. A questão que fica é a seguinte: Vin Diesel sozinho, mantém o interesse dos fãs na franquia?

Emir Bezerra, Colunista.

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