Abra sua mente “nerd”...
Discutir a personalidade de um herói ou vilão de quadrinhos e
livros, é umas das grandes maravilhas do mundo descrito por alguns
como “nerd” (queria saber se esse povo manja mesmo dos paranauê).
Contudo, sempre tem os “trolls”, “haters” e “posers” que
acreditam que tudo tem que ser igual. Mudar uma vírgula, a cor do
cabelo, um argumento é motivo de brigas em blogs, fóruns “nerds”,
ou área de comentário dos diversos sites que tratam do assunto. Com
essa nova leva de filmes baseados em heróis, sagas literárias, o
discurso de ódio tomou de assalto todas as matérias e publicações
que tratam do assunto.
Alguns descrevem o momento como uma falta de respeito aos antigos
fás. Outros, que aquele personagem no filme não é o mesmo do
livro. O que acontece para essas pessoas é uma apropriação da
marca e nomes para vender (quadrinhos também são vendidos rs...).
Nada daquilo significa algo dentro do universo das historias em
quadrinhos ou livros. Outro detalhe, muitos “caxias” consideram
essa molecada com menos de 20 anos, apenas entusiastas de momento.
Para esses indivíduos bitolados, existe um final feliz. Onde tudo
acaba como ele deseja. Ninguém é proibido de discordar, debater, ou
mesmo não gostar. Agora, deve-se levar em conta a mudança de
linguagem. Dentro dos quadrinhos ou livros, o tempo de execução do
fato, discorre por diversas paginas. Tudo para construir uma imagem
ou situação na mente dos leitores, apresentando todas as emoções
e facetas de cada personagem presente no quadro ou descrito nas
linhas.
Agora, sejamos francos. É impossível levar para os cinemas todas as
descrições e situações encontradas em livros e Hqs. A pessoa que
vai para o cinema exige agilidade nas historias contadas. Seria
ridículo, se na caverna do Batman da trilogia Nolan, tivéssemos um
dinossauro ou a moeda gigante de Joe Coyne. Assim como seria
improvável a existência do Superman dentro do universo DC, nas
telonas. Teríamos um novo Dr. Manhattan. Kal el por sinal, já foi
inúmeras vezes diminuídas dentro das historias impressas em
quadrinhos. Poderes como: ler mentes, aprender tudo de forma
instantânea, alterar a própria forma, sumiram sem mais nem menos.
Outros poderes foram diminuídos ao ponto mínimo, para o herói,
poder coexistir junto com os demais personagens da DC. Imagina o que
seria da clássica historia de Cavaleiro das Trevas de Frank Miller,
se o kryptoniano simplesmente queimasse o Batman vivo dentro da
armadura com sua visão de calor. Melhor, pense no discurso maravilho
da Marvel para justificar todas as mudanças de origens dos
vingadores, e tantos outros heróis de sua editora casa das ideias.
Mudanças, sempre são bem vindas. Cinema, apenas conta uma historia
isolada na imensa existência do personagem. Até recentemente, nunca
os quadrinhos utilizaram o cinema para dar continuidade em seus
personagens. O contrario, sempre foi, e é regra. Por último, cabe
um adento. Muito recentemente tivemos o gênero de Thor alterado, e a
cor de pele de Tocha Humana mudada. Nesse, casos não é discussão,
apenas preconceito. Machismo, racismo e tantas outras ideologias
opressoras.
EMIR BEZERRA, COLUNISTA
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