Tô jogando a culpa nos planetas - de novo
Nós poderíamos ser tudo. O tipo de casal que não deve nada
um ao outro, aquele que tá sempre do lado, mas não é casal. Poderíamos ser
amigos, estranhos, conhecidos ou inimigos. Escolhemos ser vazio. Digo, não que
eu e você decidimos por isso, mas o “desenrolar” quis assim. Engraçado que,
mesmo com todo esses acontecimentos, eu sou tão cheia.
Você sempre tentou me transbordar e eu, na retaguarda nunca
deixei. Justo no momento mais inoportuno, transbordei e você esvaziou. “Copo
meio cheio ou meio vazio?” blá blá, eu era cheia, você vazio. Eu transbordei,
você... foi embora sem nem dizer tchau.
Agora o imã me atrai pra perto sempre que eu tô cheia, e me
esvazia. É tão estranho explicar porque, sempre que eu tento controlar o ritmo das
palavras e da quantidade de coisas que eu escrevo, eu me enrolo e me perco no
caminho. Como se nada do que eu dissesse fizesse sentido depois de um tempo e
eu perco a vontade de falar sobre você.
Parece engraçado como as coisas acontecem tão sem nexo ou
sentido correto. Geralmente a gente devia seguir um caminho e olha só, todo
caminho que eu traço, sigo, me descubro, cresço; tudo, cruza com o teu. Ou meu
santo é forte e ele não desiste, ou tem algum cupido mal amado que está,
certamente, brincando com minha cara de tonta.
Viu? Comecei dizendo que você nos tornou em vazio e terminei
culpando o cupido, daqui a pouco eu culpo o coitado do câncer também –
caranguejo bobo – ou os planetas, as estrelas, meu destino. Tenho essa mania de
começar por um e terminar pra outro, mas sempre acabar com você. Legal seria se
a gente acabasse na cama, dormindo, transando, tanto faz, sendo com você, tanto
faz!
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