A heroína no jogo do homem

A figura feminina é explorada de diversas formas no mundo do entretenimento visual. Podemos dizer que é até uma obsessão do homem utilizar as formas da mulher para expressar uma emoção, um sentimento ou apenas um estado momentâneo de excitação (tesão). Machismo à parte, a beleza feminina consegue mesmo que de forma sutil expressar sensações que o corpo, o olhar e gestos masculinos não traduzem. Por estes motivos e tantos outros, podemos considerar que algum “rapazinho despercebido” fará uma babaquice que envolva mulheres só para chamar atenção, esquecendo o conteúdo e os possíveis preconceitos.



Diferente dos grandes mestres da pintura que idolatravam as formas esbeltas da mulher e reverência de forma a cativar e contagiar quem observava o quadro. A mulher atualmente (culpa do artista) ficou relegada a uma posição muito icônica e estereotipada onde, primeiro vem a beleza depois as razões e características como: inteligência, burrice, ser independente ou dependente, carente, feliz, etc. Podemos dizer que é uma regra, existem exceções como sempre mas, estamos falando de entretenimento. A massa (“você” metalinguagem, vamos lá se esforcem) quer algo que comova primeiro os olhos, depois a mente. Vamos dizer que, compra pela capa. Porém, eu estaria sendo machista se afirmasse que a mulher não pode ser sexy nos quadrinhos, cinema, teatro ou qualquer outro tipo de arte. Com certeza estaria limitando meu horizonte num viés pobre e alçado em preconceitos de criação maternal (Sim, por que mãe sempre vê uma interesseira na namorada do filho. Entretanto, é normal esse comportamento, porém, acaba gerando um “carinha” inseguro e “bundão” (serial killers se formam em ambiente familiares opressores hahaha)). Voltando ao entretenimento. Dizer que uma mulher tem que ser masculinizada para ter respeito é uma retroação categórica, imposição de uma sociedade cada vez mais careta que prefere a hipocrisia do politicamente correto para sustentar uma falsa moral.

Para citar um exemplo dessa total falta de contexto com dias atuais e luta constante por liberdade e fim do “sexismo”, tivemos o emblemático caso da capa do Spider Womam nº 1 desenhada pelo artista Milo Manara (mestre dos quadrinhos erótico). Podemos dizer que o traje da personagem junto com a posição gerou revolta em muitas pessoas. A alegação seria que a heroína se tornou um objeto sexual na posição que se encontrava na capa




Compreensivo, porém, quantas pessoas realmente lêem quadrinhos desse povo. Durante décadas a mulher e tratada como mero fetiche nas “HQs”, até a emblemática Mulher Maravilha teve seus anos de chamariz de “nerds tarados”. Agora com a popularidade das historias em quadrinho devido ao cinema, começam a censurar capas. Vamos voltar a mil novecentos e lá vão bolinhas, onde não se podia nada a não ser salvar um gatinho das arvores, onde a beleza feminina era uma ofensa aos padrões masculinos de domínio. Até parece que estou sendo machista, mas entenda a proibição velada por trás das criticas. Vamos dizer que os argumentos de erotismo são apenas para desviar a atenção dos seguintes motivos: Mulher não pode ser bela, não pode usar roupas apertadas, não pode ser heroína, não pode roubar a cena, não pode ser forte e sexual ao mesmo tempo e mulher é vulgar se ficar em determinadas posições. Poderíamos dizer que se trata apenas de uma capa. No entanto, daqui para frente certos padrões de comportamento deverão ser adotados com relação a “pessoa mulher”. Afinal de contas com a popularidade das “blockbusters” de heróis a mulher deverá ser colocada como coadjuvante, onde o heroísmo atrelado ao símbolo masculino não pode ser afetado. Deixando lampejos de “sexismo” ao conjunto de cenas de puro fetiche do macho alfa. A discussão é muito longa, pretendo voltar ao tema em outra ocasião. No entanto, quis falar no assunto nesse momento, devido ao fato de ser recente a polêmica. Nem todos concordarão com o texto escrito, o que é muito bom. Espero que não me censurem. 

Emir Bezerra, colunista.

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