Chatham, 13 de Janeiro de 2012
Querida Sophie,
O ano começou
com dois pés esquerdo, ou talvez seja só coisa da minha cabeça,
porque tu sabes como eu sou, So. Desconfiado até da minha própria
sombra. Sim, eu ainda tenho mania de andar na rua olhando em volta.
Ainda tenho a mania de sair e voltar umas duas vezes só para ter
certeza de que tranquei tudo... É ainda tenho essas manias e somadas
com as manias que adquiri de você meu quando de manias é
“infinito”.
Desde o natal eu
não piso no escritório, apesar de ter recebido inúmeras cartas do
chefe dizendo para eu ir “pegar minhas contas”, os cigarros estão
acabando e o dono da venda da esquina já não quer mais abrir
crédito para mim. O vinho, bom esse já acabou faz tempo. Só me
restou uns poucos cigarros e os papeis que também creio eu, irão
acabar em breve. Sabe So, eu me tornei o que eu sempre temi. Um louco.
Sim, tornei-me um louco e não serei clichê de falar “louco de
amores por você”, não é bem esse tipo de loucura que me toma, é
de outro tipo mais grave, entende?
Querida, acho
realmente estou louco, sim eu pulei de parágrafo para dedicar este a
minha loucura, se eu lhe mandasse todas as cartas que já lhe escrevi
durante esses dias você ficaria louca também, com certeza ficaria.
Você, afirmo isso com toda a convicção do mundo, é um droga, a
pior e a melhor ao mesmo tempo. Porém é uma pena que essa droga
seja tão destrutiva para mim, uma droga que tem me causado as piores
sensações do mundo, depois claro de ter me mostrado o paraíso.
Sim, você me levou ao céu e logo após me mostrou o inferno
querida. Um inferno do qual eu não posso e nem quero sair.
Rich
Camila Leal, Colunista.
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