Explicando uma verdade


Verdades! Todos contamos a nossa própria versão dos fatos. Ninguém no entanto, consegue uma fidelidade com o real de forma satisfatória. Mesmo o profissional mais qualificado em jornalismo, letras, escritos de biografias, historiadores etc., começa com a versão que alguém lhe contou. Parte da premissa já existente para narrar a própria história (a onipresença ainda está muito distante de meros mortais (dramático)). Entretanto, existe a busca por uma verdade. Mesmo que seja uma descrição feita sobre palavras de uma testemunha. Contar com a memória alheia para levar a informação e descrever um episódio, em muitos casos é o único recurso.  Essa preocupação se deve ao fato, que as vezes, a memória visual engana. Nesses casos o jeito é confiar. Torcer para não contar uma mentira sem querer (hahahah). Ainda assim, com toda a preocupação, com todo respeito, muitos detalhes fogem a edição final do texto. Contudo, satisfazer a todos é quase impossível. Sempre teremos aquele indivíduo, que achou a descrição de um livro melhor que a de outro sobre o mesmo tema.

Entretanto, são textos apoiados em relatos feitos por meio de entrevistas e extenso material de pesquisa. Muitos escritores fantasmas (biógrafos de artistas, políticos etc.), pesquisadores só tem em mãos a palavra de um terceiro, anotações, fotos e documentos E dentro dessas oportunidades busca construir de forma coesa, e sem discrepância com o real uma história. A única oportunidade de escolha está na hora de determinar o que realmente precisa ser contato dentro de cada fato. Informações cruciais ou não, que dependem do discernimento do profissional que determina mais ou menos a importância. 

Eu não quero saber com quantas mulheres um artista saiu durante sua vida. Não quero saber a quantidade de drogas que era utilizado por ele. Porém, o leitor não determina o que seria mais relevante para ser trazido ao público sobre um momento histórico, sobre uma celebridade ou qualquer tema. Saber contar os meandros da vida de um indivíduo, as várias interpretações sobre a história e os motivos, vão configurar uma verdade. Pelo menos, até a próxima. A questão aqui seria: Mesmo o texto que você está lendo agora é só minha ideia de verdade ou nossa ideia de continuidade? Mesmo que as precisões de um fato sejam apontadas como o mais próximo possível da verdade. Não incorpora seu entendimento. E o que seriam nossas interpretações se não um resquício de verdade que adotamos para nossa vida. 

EMIR BEZERRA, COLUNISTA.

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