Pretérito Imperfeito, uma dose de poesia


Sinto me como um pássaro preso e sem poder voar
Roubaram a minha liberdade
E querem me fazer amar
Gosto do desconhecido,me encanto com o que convém
Não sei fingir ideias e odeio vai e vem

Prefiro o silencio a respostas ingênuas
Me regurgita ouvir homens falando de pessoas como se fossem coisas
Amores sendo entregues por uma bolada de grana
Gente morrendo de fome por conta da ganância.
Me recuso a conviver em tal contexto
Onde tudo tem um preço,exceto valor
Que lugar é esse?
Que a imaginação cede lugar ao alienado.

Tenho a sensação de estar na contramão
Buscando uma direção inversa daquilo que se vê.
Onde esta a mocidade que valorizava o eu?
Que se permitia ao discurso e ao novo
Que assumia os erros que cometeu?

Sinto estar mergulhada em um mar de ignorância
Onde quem prospera é quem tem ganancia
Sangue nos olhos,e mãos postas
a arrancar em fúria o tapete de alguém.
Sinto como se o erro fosse meu
Ao ver tanta escuridão em seu eu.

E não há mais brilho nos olhares que vejo por ai.
E a coragem perde para o medo.
Mas hoje,antes desse passado se tornar mais um pretérito
Eu quero acreditar,que dias melhores virão.
E haverá mais amor e compaixão.

Onde está a mocidade que se comunicava por cartas?
Que os olhares se cruzavam no meio do silencio
Que os lábios se tocavam quando ninguém podia ver
Quando o amor existia e ninguém precisava saber.


Share:

0 comentários