Eu só precisava de alguém que me fizesse acreditar de novo no amor
Eu achava que não precisava de ninguém, depois de
tantos tombos e feridas me fechei para esse tal do amor. Na verdade eu não
sabia que eu precisava, depois de tantas histórias e fracassos, de alguém que
tivesse paciência comigo, que entendesse as minhas feridas e a parede que criei
em meu coração. Alguém que visse os meus bloqueios como algo que pudesse ser
destruído, que não entendesse as minhas grosserias e falta de romantismo como
falta de sentimento, mas como medo. Medo de me machucar, de novo.
Eu só precisava de alguém que olhasse para mim por
segundos e que sussurrasse ao meu ouvido o quanto eu estava linda, que gostasse
do meu pijama velho, do meu cabelo desarrumado e adorasse a decoração nova que
fiz no meu quarto.
Eu só precisava de alguém que se preocupasse com os
meus problemas não a ponto de resolvê-los, mas que se importasse com a minha
dor. Que ao olhar para o meu passado e a minha história entendesse o porquê de
tantas barreiras.
Eu só precisava de alguém que se lembrasse do meu
chocolate favorito quando vai ao supermercado, que achasse graça no meu sono
exagerado e nessa minha paixão por comida.
Eu só precisava de alguém que me abraçasse bem forte
como quem diz “Eu te protejo”. Alguém que fizesse dos meus domingos tediosos
mais alegres e que tornasse um filme dublado engraçado e divertido. Alguém que
me mandasse um verso bonito que leu num livro qualquer.
Alguém que entendesse que não sou esse coração de
pedra que dizem e que ao me conhecer enxergasse o melhor de mim, sentindo
saudade quando eu tivesse que partir.
A verdade é que eu almejava por alguém que
entendesse o meu medo de se apaixonar novamente, mas que fizesse com que eu me
apaixonasse num piscar de olhos, daqueles sentimentos que quando a gente vê, já
foi. Uma companhia boa daquelas que o tempo voa quando a gente está perto. Alguém
que adorasse o fato de ficar deitado comigo, olhando paro céu, para estrelas ou
para a parede velha do meu quarto, planejando um futuro mesmo que distante. Eu
só precisava de alguém para compartilhar os meus segredos, contar como foi o
meu dia e que não achasse os meus sonhos uma bobagem.
Como eu queria alguém que se orgulhasse de mim, que vibrasse
com as minhas vitórias e que adorasse brincar com o meu cachorro. Eu só precisava
de alguma forma saber que alguém não iria desistir de mim na primeira
dificuldade, e mesmo com todos os bloqueios que criei, não iria desistir de mim
na primeira briga ou me abandonar no primeiro problema. Eu só precisava de
alguém que tropeçasse nesse tal de amor, que esbarrasse em mim e me abraçasse
como quem diz “esse foi o melhor tropeço
da minha vida”.
Eu queria ter o meu tempo respeitado, na verdade, eu
só precisava de alguém que fizesse eu me arriscar e que me desse coragem para
tentar o novo.
Na realidade eu só precisava de alguém que me
fizesse entender o porquê de nunca ter dado certo com ninguém antes.
Logo eu que achava não precisar de ninguém, depois de tantas dores e de quase
desacreditar do amor, hoje me vejo tão bem ao lado de um alguém que ao invés de
espinhos, trouxe flores.
Thamilly Rozendo
1 comentários
Lindo texto!
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