Efeito Hugh Jackman



Wolverine, o mais perigoso herói da Marvel, já que ele pode matar (hahahaha), também é o carro chefe da franquia X-Men nos cinemas e por que não dizer nos quadrinhos. O Carcaju está em todas, manda bem sempre que aparece, nem que seja para apanhar. Porém sua maior força está nos cinemas (falo isso de acordo com importância para levar uma franquia) mais precisamente em quem o interpreta: Hugh Jackman. 

O ator australiano, vindo dos musicais, não foi a primeira escolha para o papel (nem era considerado, acho que nem sabiam que ele existia em Hollywood). Foi indicado por Russel Crowe que conhecia seu trabalho. De lá para cá, é difícil pensar no baixinho invocado dos quadrinhos sem associá-lo a Jackman. 

Antes precisamos situar alguns leitores sobre a origem do personagem. Wolverine apareceu em 1974, nas edições 180, 81 e 82 do “Incrível Hulk”. Naquelas edições o mutante de origem canadense só apanhou mesmo. A grande estréia se deu em maio de 1975, “Giant-Size X-Men” n° 1, quando foi introduzido na equipe que passava por uma reformulação. Tornando-se assim o mais carismático mutante da franquia.

As décadas passaram e a importância de Wolverine só aumentou. Sua origem já foi contada, seu nome foi dito (James Howlet prefiro Logan), porém esse personagem ainda tem muitos mistérios a serem esclarecidos. Wolverine é um personagem de habilidades e poderes até simples perto dos deuses que Marvel criou. Ele não voa, não controla o tempo, não abre portais e não controla mentes. O negócio é que ele é quase imortal, o fator de cura é o mais perfeito dos quadrinhos, sua ferocidade comparada a de um animal irracional e claro seu esqueleto de adamantium.

Esses elementos fazem dele uma arma perfeita, uma vez que quase ninguém consegue parar este baixinho invocado. E olha que ele apanha pacas, muitos de seus adversários e parceiros nos quadrinhos são verdadeiros deuses, o que torna o trabalho dele mais interessante para os leitores. Claro, Wolverine sempre foi e sempre será um instrumento de batalha. Ele e outros heróis magníficos combatem vilãos extraordinários. No entanto, é a proximidade com o real que o faz tão carismático. Ele tem poderes, sim. Nada de extraordinário se comparado com Xavier, que para o tempo, lê mentes e controla pessoas.  Fazendo um paralelo com a realidade, seus principais atributos como mutantes é o sonho de consumo de todos (Exagero? Duvido). Não envelhecer de forma rápida,  fator de cura, forte pacas e inquebrável (essa ultima foi pensando no seriado “Heroes”). Tudo a ciência luta há anos para conseguir. Talvez, esse seja um dos fatores de sua popularidade, a próxima de sua mutação, com o desejo do ser humano em viver mais e sem as preocupações clássicas: velhice, doenças, quebrar ossos e morte iminente.



Agora pensando em cinema, e no Hugh Jackman (ficou estranho essa parte), Wolverine é o que tem de melhor. E isso é mérito do cara por trás dele (a sentença toda ficou meio assim). Eu penso que ao se aposentar do personagem Jackman matará essa geração de X-mens nas telas. E claro, amigo, teremos o reboot da franquia (sem Brian Singer, e respeitando a mitologia dos quadrinhos).

Por que afirmo com tanta certeza esse fato? Simples, como tudo na vida. Desde o primeiro filme Wolverine é o centro das atenções. Se você pensar que Russel Crowe era ‘oscarizado’ quando foi convidado para o ser o personagem no cinema, não precisa mais argumentar quem seria a estrela na franquia. Ele não aceitou. Sorte ou não dos fãs, o cara que assumiu o papel se dedicou tanto ao herói que fica difícil pensar em outro ator interpretando-o.

Hugh Jackman é a cara de uma franquia apática e com elenco de grandes estrelas sem brilho. Não é uma critica ao ator e sim um elogio. Em meio a grandes astros como: Halle Berry, Patrick Stewart, Ian McKellen e Famke Janssen o desconhecido ator (na época do primeiro filme) roubou a cena. O Wolverine apresentado por ele era tudo que os fãs esperavam: arrogante, raivoso, ‘estiloso’ e visceral.

As continuações só confirmaram o talento do cara. Mesmo com a nova geração a presença dele como o herói foi exigida, pelo carisma e empenho do ator em personificar de forma quase perfeita o controverso personagem.

O Carcaju canadense também foi único, até agora, a ganhar filmes solos no cinema. O que prova a força do ator, mesmo não sendo filmes brilhantes. Foi por conta de Jackman que o estúdio arriscou. Assim como a continuação também foi um mérito dele. Basta pensar que o primeiro filme solo do mutante,  ficou bem longe de lucrar nas bilheterias o que era esperado na época.

Recentemente ele afirmou que pode estar se despedindo do personagem (Fonte: Site Omelete. Matéria do dia 30/04/2014). O ator que tem 46 anos e participará do terceiro filme da nova geração de X-mens no cinema e pode fazer mais um filme solo do personagem em 2017.

Observando a trajetória do australiano como Wolverine é fácil dizer que teremos o encerramento dessa fase dos X-mens no cinema após o lançamento Wolverine 3 (ainda sem titulo definido, mas que pode se basear no arco de “O velho Logan”). É apenas uma suposição, baseado no fato de que nenhum outro interprete na franquia conseguiu se destacar em seu papel de mutante.

Temos uma brilhante nova geração, porém dado o estilo de cada ator e como a carreira de alguns está decolando. Será difícil o estúdio Fox manter o elenco, o orçamento se tornaria exorbitante. Obrigando assim uma reformulação de elenco e um provável e plausível reboot. Hugh Jackman logo deixará as garras para outro, porém, fica claro que o ator será uma sombra para o próximo intérprete do herói canadense.

Emir Bezerra, Colunista.

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