O paradigma da solteirice


Esses dias atrás um amigo meu veio falar comigo depois de vários meses sem uma conversa. Então, no meio do lero-lero soltou a seguinte pergunta: "Você ainda está solteira?". Soltei uma risada, e depois um suspiro e respondi: "Pois é, meu amigo". Mas, afinal, qual o problema de se estar solteira? (a não ser que você esteja solteira há cinco anos, como minha situação)

Não há problema algum em não ter um relacionamento sério ou um status no Facebook que mostre a famosa frase: "Fulano está em um relacionamento sério com Ciclano". Até porque, relacionamentos não são baseados em status de rede social (pelo menos não para mim).

Um relacionamento vai além do status quo. Não é necessário um pedido de namoro. Não é necessário uma aliança. Não é necessário mil "eu te amo" por dia. É necessário cumplicidade, entendimento, paciência, respeito, carinho, fidelidade e amor. O básico. Quem é que não consegue dar isso? Bom... dar todos conseguem, ou melhor, são capazes, mas nem sempre é o suficiente.

Me perguntam sempre se eu não sinto vontade de namorar ou não me sinto carente depois de cinco anos sozinha. Não. Acho que a vontade é decorrente de um sentimento de "forever alone". Carente? Sim. Sou canceriana, e vivo carente mesmo possuindo todo o carinho do mundo. Dependo de atenção exagerada, um pequeno defeitinho (rs).

No entanto, vejo tanta gente correndo atrás de namoro por medo de ficar sozinha. Vejo gente (e não é mentira, não), que começou a namorar e em um mês já pediu a bendita em casamento. E o casamento? Gente! é para duas semanas depois. Acreditam?! Nem eu.

Acho que por isso estou sozinha. Não exatamente sozinha, claro. Estou solteira, no caso. Não vou me envolver com pessoas que, na ocasião não se importam com o meu "eu" nem com seu próprio "eu". Não consigo me envolver se eu não souber o quão longe a pessoa irá por um relacionamento. Não me envolvo porque não tenho medo da "solteirice". Se isso acontecer e eu "ficar para a titia", faço o que mais me importa em toda essa história. Adoto uma criança, ou duas (prefiro duas) e vivo minha vida. 

Ninguém precisa de ninguém pra viver. Todo mundo pode muito bem viver sozinho. A questão do outro é uma relação de amor e desejo. Sim, pois o desejo envolve um relacionamento também.

Não gosto de julgar pessoas por viverem a vida delas como bem entendem. Se rolar, rolou. Se não rolar, bola pra frente. Ninguém morre de amor. 


CRANELA

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