Frio na rua, quente no meu quarto


Era quatro da manhã e a insônia havia me dominado a tanto tempo que eu parei de me preocupar. Meus olhos marejados não conseguiam parar de fixar o teto. Aquele maldito teto onde as palavras "eu e tu, tu e eu, nós quatro, sempre" estavam escritas numa letra divina. Letra de princesa. Puts! Que babaquice.

Meu celular tocou e um macaco apareceu na tela. Mag!


- Alô!


- OIE SLUTT! GATINHO DA NIGHT! - ela gritou com a voz embargada.


- Você não está bêbada, anjinho. Pode parar. - sorri para o telefone tentando não morrer de rir.


- Você está rindo pelo menos, mas não consegui enganá-lo, droga! Enfim, abre a porta. - e desligou.


Meus olhos se arregalaram e secaram rapidamente. Tentei não correr para a porta mas foi inevitável. Ela usava um vestido azul decotado e um batom vermelho. Os olhos marcados com rímel e delineador. 


Parada na porta como se esperasse o momento certo para dar o bote ela disse "Olá, criança". Droga! Ao invés de me deixar mole ela deixou... "duro". Eu estava excitado com minha ex namorada ou algo do tipo que voltou dois meses depois me chamando de criança com um olhar provocante de saudade e desejo.


- Ok, mocinha. Você se distanciou por dois meses e vem querendo sexo? Na-na-ni-na-não! - deixei a porta aberta e andei para a cozinha. Ela entrou e a fechou.


- Você sabe meus motivos, sabe porque fui embora e não vim aqui para sexo, pare de ser tarado, carinha! - riu.


- Tudo bem então. Quer café? - olhei por cima do ombro e a vi deitada na cama, folgada. Não respondeu mas eu não precisava da resposta.


- Desculpa vir aqui essa hora, estava um tédio em casa e pensei em você. Desisti de me afastar, sabe? Eu te stalkeei os malditos dois meses inteiros e nenhuma foto com vadia você postou. - sentou-se na cama e me olhou - Jura que não saiu de casa, Slutt?


- Saí, mas não preciso pegar ninguém para me sentir melhor. Seu café. - sentei do seu lado.


Ficamos em silêncio por um tempo. Ela tomou o café e colocou a xícara no chão. Ficou de pé a minha frente e sentou no meu colo, colocando as pernas envolta do meu tronco. Tirou a xícara da minha mão e pôs no chão também. Seus braços envolveram meu pescoço e seu lábio roçou nos meus. Seu corpo estremeceu junto ao meu e eu a deitei na cama.


- Não é sexo, Slutt. É você. Eu amo você. - ela sussurrou em meu ouvido.


Nossas roupas sumiram de nosso corpo em questão de segundos. Minha boca estava sedenta pelo corpo de Mag e minhas mãos não sabiam aonde deveriam ficar paradas. Realmente a saudade era imensa. Ela era minha, é minha, sempre foi!


Depois de anos a única mulher que fiz amor e me relacionei foi Mag, e o gosto do desejo e o prazer insaciável não havia acabado em nenhum momento. Seus olhos fitaram os meus, quentes e vibrantes. Suas unhas cravaram minhas costas e a deixaram marcas de uma noite inigualável. Minha boca procurou por seus seios e os beijou inteiramente. 


Não foi só sexo, não foi só amor. Foi mais. Seu corpo ao meu, quente, suado, desejado, incrível, gostoso. E então explodiu. Nós explodimos e ela acalmou. 


- Eu também te amo, Mag. - seu sorriso era imperceptível aos olhos de um qualquer.


Levantei e levei as xícaras para a cozinha. Quando voltei, Mag dormia profundamente na minha cama. Pus o lençol em cima de seu corpo e deitei ao seu lado. O cheiro de sexo, desejo e Mag percorriam meu quarto misturando-se ao meu perfume. 


- Se você for embora de novo, te busco até no inferno, praga. Você tem que parar com isso, tem que parar! - sussurrei.


Conto de um casal fora dos padrões - Slutt e Mag (Cranela)

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