Isso é TPM, Mag



— Está brava?

— Eu? Claro que não.


— O quê eu fiz?


— Você? Nada.


— Você não sabe mentir.


— Eu estou mentindo? Ah, eu não minto.


— Nossa, moça.


— Hm.


— Caralho, está com ciume de quê?


— O dia que eu estiver com ciume eu te falo, combinado? — fez positivo e começou a trocar o canal.


— Deixa num canal, cara.


— Deixa eu ver tv em paz?


— Estou atrapalhando? — virou-se para mim e me fuzilou com os olhos. — Isso não funciona.


— Hm.


— Está com ciume de quê?


— Nada.


— Ok, então deixa eu te beijar?


— Não encosta em mim, mano.


— Você sabia que essa conversinha está bem clichê, né? Está parecendo aqueles casais de namorados todo fofinho que não se larga um segundo.


— A diferença é que nós não namoramos e tu me larga um dia todo.


— Ah, foi a festa?


— Oi?


— A festa?


— Não estou sabendo de festa alguma. Mano, não toca em mim, me deixa, tá?


— Mag, para, olha, era festa da minha prima, eu tinha que dançar com uma menina lá, só isso.


— Por que está me dando explicação? Não sou nada sua para você dar explicação, mano. Estou de boa, eu em.


— Mag…


— Ixe, não toca. — ela levantou e foi pro quarto. Ligou a tv e deitou esparramada.


— Vou comprar sorvete.


— Coma sozinho.


— Vou comprar pro seu ciume e sua TPM.


— Nãoestou de TPM. Nossa moleque, que saco você é. Graças a Deus que não é meu namorado.


— Sou mais que namorado, isso é rótulo. Sou teu melhor amigo e você me ama.


— Tá, quando você parar de se iludir a gente se fala.


— Você não ama?


— Vai comprar teu sorvete e me erra, Slutt.


— TPM.


— Some! — tacou uma almofada em mim.


— Estou indo, dai te trago um de chocolate com chiclete bem grande, o.k.?


— Está ai ainda?

— Você fica linda brava.


— Clichê, né? Some.


— Fica linda sendo clichê.


— Hm.


— Devia ser mais vezes.


— Sabe o que eu devia fazer?


— Diga.


— Matar você. Ou melhor, cortar teu pinto, pelo menos você não enfia em qualquer buraco.


— Nem no teu.


— Tanto faz.


— Ah, é assim?


— É.


— O.k.


— Adeus.


— Mag?


— Você ainda está ai, cara?


— Só pra te falar, quero nenhum buraco, não.


— Já tentou?! — seus olhos se arregalaram.


— Nem entrou.


— Vadio, desgraçado, filho da… — a interrompi pulando em cima dela.


— Pode xingar à vontade. Mas agora você tá exposta.


— Te odeio!


— Eu sei que odeia, e odeia isso também. — comecei a acariciar seu abdômen e seus olhos se fecharam, tentando lutar contra a vontade.


— Vai comprar teu sorvete.


— Está de TPM?


— Não.


— E ciume?


— Vai logo. — beijei sua testa e sai.


— Só pra constar, também te odeio, daquela forma. — desviei da almofada a tempo e mandei um beijinho pra ela.


— Vai à merda.

Sorri de canto pra ela e sai. Ela gritou alguma coisa. Era ciume. Era clichê. Só era né.

Conto de um casal fora dos padrões (adaptado do tumblr/disaffirm pertencente à mim)

Share:

0 comentários