É tão difícil admitir que eu esteja me apaixonando por você.
Quebramos as regras que nós mesmos nos impomos. Seu número encontra-se na minha lista de emergência e eu tenho um lenço com teu perfume dentro daquele meu livro preferido, o qual eu cheiro todas as vezes que sinto a tua falta. Você decorou a placa do meu carro e me manda mensagens de textos com mais de cinco palavras e não tem sido marcando uma transa em algum lugar louco da cidade.
Ontem eu tive uma vontade imensa de te ligar durante a madrugada enquanto ouvia Jake Bugg e chorava sozinha entre os lençóis da minha cama, tão vazia quanto eu. E eu não liguei, pois sabia que ia contra a regra número um do que nós éramos e somos, amigos com liberdades.
Fomos nós mesmos que nos colocamos nessa situação e eu me pergunto por várias vezes se não teria sido melhor ter começado do “jeito certo”, se é que existe alguma forma certa de se fazer isso e se existe mesmo, eu e você com certeza não estamos seguindo a tal da fórmula.
Nos fodemos, no bom e no mal sentido da palavra, quer dizer, no bom mesmo você que me fodeu. E sabe, eu prefiro estar aqui agora me remoendo em dúvidas infinitas, pensando em todos esses “... e se?” que consumem minha mente do que nunca ter experimentado nada assim. É meio louco eu sei, nós somos loucos, o que fazemos é louco tudo é loucura quando se trata de nós dois. Porém, ei... Reparou no tanto de “nós” que eu já usei nesse texto? Droga, uma das regras era “nunca, jamais, em hipótese alguma use ‘nós’ quando se dirigir a mim e a você”.
Quebramos as regras, eu quebrei todas as regras e veja bem, é tão difícil admitir que eu esteja me apaixonando por você. Não que você vá saber isso, ou que eu vá demonstrar algum dia, só que eu estou e dói. Sei que seu cheiro nunca vai morar aqui por mais de uma noite, que o teu sapato, mesmo tendo lugar guardado ao lado do meu não vai amanhecer ali pela manhã, não haverá café da manhã juntos, nem um lugar na tua cama especial para mim, eu nunca poderei morar no teu abraço e bem, teus beijos jamais serão apenas meus. Nunca existirá um nós será apenas um eu e um você seguindo caminhos separados, cada um cuidando de si mesmo, apesar de querer eu que você cuidasse de mim.
CAMILA LEAL, COLUNISTA.
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