Será que vai agora?
Ele era diferente dos tipos de cara que eu conhecia. Nunca aparentava estar mal ou algo do tipo. O sorriso sempre estampava seu rosto e as piadas faziam parte da sua rotina diária. Como eu disse, ele era diferente.
Juro que tentei não dar bola, não ligar ou me importar, mas acabei não resistindo. Depois de anos tendo o visto pela primeira vez, resolvi dar oi, chamar, mandar sinal de fumaça, jogar uma pedrinha na janela. Vai que dava certo.
Não que eu queria que desse mas, só queria conversar, bater um papo, sei lá eu. Acho que a atração falou mais forte e foi por isso que acabei indo atrás. Curtida vai, curtida vem, chamei pra sair. Que irônico! Eu que me digo tão correta, chamei um cara para sair comigo, comer e beber algo porque eu precisava incessantemente conhece-lo.
Eu poderia parecer uma louca varrida por falar com alguém que nem me conhece, e que provavelmente deve me achar uma maluca em série. Mas já que todos pensam assim, não faria diferença se ele pensasse também. Até porque nunca me importei com que os outros achavam das minhas maluquices.
Mas ele respondeu, ele deu bola, deu trela e ainda quis mais. Fez sentir-me como uma princesa, foi doce e bobo. E o legal disso tudo é que, por mais incrível que possa ter parecido, me senti meio perdida. Até porque quando você foge dos padrões de homens que conhece, você entra num mundo totalmente ao contrário. E acho que eu entrei.
Acho que entrei num mundo onde há um homem que pode me proteger e ser ser mau ao mesmo tempo - não no sentido de malvado, mas no sentido de ser... ahhh -, além de que sei que, tudo que eu vestir que for dele, ficará um vestido em mim. Fofo e engraçado. Nunca me imaginei nessa situação, nunca pensei que poderia querer alguém que nem sequer conheço. Nunca pensei que talvez pudesse dar certo.
O problema é que talvez não dê, que talvez, sabendo do meu passado e dos erros que cometi, ele desista. Talvez não entenda e vá embora. E é ai que o medo me corrói, que entra no meu peito como uma flecha inflamada. E eu me perco novamente, mas agora não na paixão que me queimava, e sim na dor que eu poderia sofrer por ela.
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