Entrevista com Mariliz Pereira Jorge

Olá gente, hoje trouxe uma entrevista direta com a Colunista da Folha de São Paulo, Mariliz Pereira Jorge.





Cranela: Por que escolheu a profissão de jornalista? O que te encanta na área?

Mariliz: Eu era muito jovem quando fiz vestibular, tinha uma vaga ideia do que me esperaria. Tinha dúvidas entre publicidade e jornalismo. Teria que me mudar para SP para fazer publicidade, na época, e acho que meus pais nem teriam como bancar uma faculdade particular, mais moradia etc. Mas eu gostava muito de ler jornal e tinha um grande ídolo, que é o Clovis Rossi. Mas confesso que quando entrei na faculdade não tinha ideia do que seria meu futuro.


Cranela: Seus textos são sempre instigantes e até incomodam certos leitores pois tocam na ferida, o que acha disto?

Mariliz: Não é proposital. Acho que eles acabam sendo um pouco polêmicos porque eu tenho uma visão menos romântica e mais objetiva sobre alguns assuntos. Muita gente escreve colocando para fora seu lado mais sonhador ou idealizador, eu escrevo o que penso sobre o mundo e sobre as pessoas.


Cranela: Qual seu texto preferido e porque?

Mariliz: Difícil dizer, mas um dos que eu gosto bastante e nem é um dos mais lidos, é 'Mãe, reza por mim'. Porque fala muito da relação que eu tenho com a minha mãe e também o que muita gente vive por aí. 


Cranela: O que acha dos jornalistas que estão se formando hoje e de não necessitarem de diploma para exercer a profissão?

Mariliz: Acho que alguma formação é sempre necessária, não exatamente o curso de jornalismo, que está ultrapassado e defasado. O que o jornalista precisa, além de técnica, é conhecimento, e de preferência se especializar em alguma área. Vejo as pessoas escreverem tanta bobagem sobre assuntos simples. Se você quer cobrir saúde, vá estudar anatomia e fisiologia, entre outras coisas. Eu fiz isso. Se quer escrever sobre viagem, estude história e geografia. As pessoas se destacam quando se especializam em alguma coisa. 


Cranel: O Brasil não é um país que possui muito incentivo a leitura, apesar de todos os eventos existentes, os jovens brasileiros não são acostumados a ler. Como você descreve seu público, já que seus textos são longos, no entanto, cativantes e adoráveis? 

Mariliz: Eu realmente fico surpresa que as pessoas leiam textos tão longos. Não saberia analisar a razão, mas posso chutar que é pela forma objetiva e honesta que eu escrevo.


Cranela: Se puder deixe um recado para os próximos jornalistas que estão prestes a se formar. 
Mariliz: O jornalismo está passando por uma mudança radical. Jornais e revistas fechando, diminuindo o número de funcionários. A própria TV está perdendo o glamour. Os salários estão cada vez menores. Por outro lado as pessoas estão se informando cada vez mais por meio de redes sociais, uma infinidade de sites. Fazer notícia hoje requer também muita criatividade. Quem se forma hoje tem que saber fazer de tudo um pouco. Escrever, editar, gravar vídeos, editar vídeos, é o jornalista multiplataforma. Só vai sobreviver o profissional que tiver esse jogo de cintura. E ser super bem informado, claro. 

Segundo bio do blogSou jornalista, moro no Rio, mas vivo com um pé – e metade do coração – em São Paulo, onde morei até maio de 2012. Adoro o cheiro do aeroporto, de andar em calçadas desconhecidas, de ouvir línguas que não entendo! De dançar até as pernas cansarem e de dar risada até a barriga doer… Não vivo sem Coltrane, cerveja gelada e sorvete no inverno. Adoro gente. Adoro tentar entender as loucuras da alma. Da minha e dos outros. E gosto de transformar isso em palavras, em frases e histórias. Hoje, sou editora da TV Globo, no programa Encontro com Fátima Bernardes. Todo conteúdo publicado no blog é de minha autoria. Fui editora da Folha de S.Paulo, das revistas Women’s Health e Men’s Health, repórter de Veja, além de ter contribuído para veículos como O Estado de S.Paulo, revistas Nova, VIP, Viva Saúde entre outros. Dei minhas voltinhas no mundo da publicidade, produzindo conteúdo para Brastemp, Consul e Itaú.
Meu texto preferido da Mariliz é "A incrível geração de mulheres chatas".



Obrigada à Mariliz por ser tão rápida com o contato, pela simpatia e gentileza.

BEIJOS, CRANELA.

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