Doce, azeda, forte, gelada, desce bem.

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Sinto o gosto da caipirinha, doce, azeda, forte, gelada, desce bem. Se beber muito confunde, vicia. Me faz sorrir azul, ver amarelo e falar arco-íris, sentindo aquele arrepio que sobe pela espinha e vai até a nuca, eriçando lugares que você nem imaginava que fosse possível. 
Tô meio assim, provei de mim e aprovei. Grito pro garçom trazer mais uma, ele diz que não, mas eu insisto e bem, qual homem resiste a um pelo par de pernas? Principalmente quando estas pernas estão cambaleando lentamente em sua direção. 
Hoje sai decidida, eu vou me embriagar, só paro quando enxergar tudo colorido, cansei dessa escala preta e branca que a vida me proporciona, quando não mais sentir minhas pernas, minhas mãos, meus braços, meu quadril, ai eu saberia que é a hora de parar. 
Ei! Espera, que mão é essa na minha bunda? E essa respiração no meu ouvido? Sem arrependimentos, se não te conhecia, conheço agora, don't worry. E bom, amanhã é outro dia, e seguindo meu lema: o que eu não lembro tão logo não fiz.

CAMILA LEAL, COLUNISTA.

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