Me perdi naquele teu adeus.





Resolvi vir aquele bar que nós frequentávamos no começo de tudo. É nostálgico o modo como cada azulejo nessas paredes, os quadros desses artistas de rock e cada bebida levam meus pensamentos até você. Sim, tudo aqui tem o seu cheiro, o seu gosto. Cada pedacinho desse lugar é você e é a nossa história também, desde o primeiro beijo até o último “adeus”.
Eu não esse lugar que deveria me trazer apenas sensações boas, hoje me faz encher a cara, no pior sentido, para com isso tentar tirar um pouco dessa dor que trago em meu peito. Porque nem essa música, que um dia tanto amei, tem abafado o som da tua voz pronunciando o nosso fim, o meu fim.
Você escolheu ir e eu apenas fiquei como uma covarde que não tem coragem de ir atrás dos sonhos e chorei como quem perde a única coisa que lhe faz viver. Você nunca foi a minha vida, mas eu posso dizer que entendo o porquê de tantos casais se apelidarem assim e eu descobri da pior forma.
Essa bebida que desce quente e tem o gosto da tua boca, esse cigarro entre meus dedos que tem o cheiro da tua roupa, essa música que cantávamos juntos e a sensação de que vai demorar um bom tempo para me sentir viva novamente, aquela sensação de que por hoje, amanhã, depois e depois nada vai fazer sentido. Me trás um gps, porque meu guia foi embora, meu senso de direção deu “tiuti” e minha bússola já nem funciona. Eu me encontrei naquele teu beijo e me perdi no teu adeus.


CAMILA LEAL, COLUNISTA.

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