Ontem, hoje e quem sabe, amanhã


Enfim, eu o amo. Que ninguém saiba disso mas eu o amo desde a sétima série, eu acho. O amo mesmo com todas as namoradas que ele teve, mesmo com as declarações de "eu te amo" para outras mulheres. O amo ontem, hoje e talvez amarei amanhã. Ninguém sabe ou saberá, além do meu pequeno e frágil coração que se contorce a cada mulher nova que entra ou sai da vida dele.

O amo quando ele nem sabia direito quem eu era, a não ser meu nome ou minha forma física; digo: cabelo, olhos, altura, sabe? E eu, boba, tola, sempre soube quem ele era. A criança, o adolescente e agora homem, prestes a ser um grande empreendedor. Prestes a crescer em sua carreira tão sonhada e tão perfeita. 


Engraçado que o amei sem saber. Dentre todos esses anos, nem eu mesma tive a capacidade de me questionar o porquê que sempre senti tanto interesse nele. Sempre tentei entender porque sua pessoa me chamava tanto a atenção ou o porque ele sempre acabava entrando nos meus sonhos. 


Mesmo namorando, eu ainda o via com frequência. O olhava de forma carinhosa e desejava sua felicidade como ninguém desejaria. Sempre de longe sem me meter na sua vida, eu estava torcendo por ele como torço hoje e amanhã; creio que sou sua maior fã e isso não é nada estranho. O amo por ele ser tão difícil como pessoa mas tão bom também. 


Aprendi que o amo depois de tocá-lo por míseros momentos. Foram anos passados ao lado de alguém no qual eu sempre admirei e tive por perto nos meus instintos mais aguçados, mesmo sem que eu mesma percebesse. Foram poucos os dias em que eu deixei ele para lá e voltei a focar na minha frente - e esses foram os dias em que eu me relacionei com alguém, no caso dois, em duas fases da minha vida. Mas isso nunca cessou.


Que ninguém saiba - e jamais saberá - mas eu o amo. E interligado a ele eu estive por um período curto. Se não consegue entender é o tipo de amor platônico que se torna real a partir do momento que ele é consumado, de todas as formas possíveis e impossíveis existentes no romance que eu criei. Não! Não é tão platônico porque estava ao meu alcance, e sem que eu quisesse ou percebesse eu consegui aquilo que eu queria.


O amo por ele tentar gostar de mim, mesmo não tendo conseguido, ele se esforçou. Gostar de alguém tão cheia de maluquices e louca como eu, para ele, sei que foi um avanço enorme. O amo pelo pequeno mundo repleto de maravilhas simples que ele me deu; pelos sorvetes no domingo e pelo sexo na chuva. Por não desistir de sair mesmo no frio e por encher a cara do meu lado e "chapar" comigo. O amo por topar tudo sempre, e sempre ser meu amigo, estar disposto a me ajudar, mesmo que seja difícil ou falte tempo.


Eu o amo porque ele sempre foi meu garoto, a criança, o adolescente e o homem. Mas na verdade, nunca foi "o meu".

Cranela

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