Quem era você na fila do pão?


Lá estava eu novamente procurando as melhores palavras, as mais adequadas, as que soavam melhor, quando na verdade só precisava de coragem para dizer três, que aparentemente pareciam muito simples, mas eu não sei o que me dava, e porque diabos era tão difícil chegar logo, e dizer o que estava estampado na minha cara faz tempo: EU AMO VOCÊ.
Mas quem era você na fila do pão? E por que era tão diferente das demais pessoas? Você não tinha aspectos para pegar a fila preferencial, exceto que seu sorriso era tão lindo, que isso te colocava definitivamente em vantagem, pelo menos aos meus olhos. Porque de uma forma clichê quando te vi pareceu ser amor à primeira vista, mesmo não crendo que exista tal amor, e mesmo confessando que eu odiei você logo de cara.
Odiei admitir que você fosse diferente de tudo que havia visto na minha vida, porque o teu jeito ‘‘foda-se’’me intrigava, odiei perceber que isso era só uma armadura constituída por um ser tão sentimental quanto eu. Que descobriria enfim o amor que procurei a minha vida inteira, e que seria completamente diferente de tudo que eu imaginava. Eu só odiei, porque eu me apaixonei, e nessa linha tênue entre amor e ódio, o amor venceu, acabei amando até o que antes odiava.
Eu amei, eu amei cara, e eu poderia falar mil razões e alimentar minha mania de me explicar o tempo inteiro, quando nunca precisei explicar para aquele rosto o porquê do amor. Tudo falava por mim, e disse tantas vezes as três famosas palavras, que sabotava a ideia de permanecer firme e não me envolver: Eu amo você.

 E as palavras estão em sua maioria no passado, como todas as minhas histórias de amor, é tão trágico, eu sei. Mas não posso simplesmente esquecer o que você foi no passado, porque ainda me preocupo em entender o que será no futuro. 

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