Ainda sobre você.
Gostaria de ouvir a sua versão da história, que pudesse assim como eu escrever sobre o início até o fim de nossos dias. Me pergunto se ainda se lembra do dia em que me conheceu, da primeira vez que falou comigo, ou será que fui eu a falar? Do primeiro abraço, do beijo, do eu te amo, da primeira transa, da briga, do primeiro e último adeus. Me pergunto se você se lembra de cada primeira vez, e me deparo com a verdade que sempre bateu a minha porta, sempre vivemos cada momento como se fosse o último, pois no fim sabíamos que nosso para sempre seria breve.
Foi tempo suficiente para que continuasse aqui mesmo quando virava as costas, tempo para guardar os sorrisos como os melhores, e os abraços como moradia. Sabe, sempre te vi desistir de coisas que queria muito, mas essa regra não se aplicava a mim, pois quando queria fugir do mundo me transformava em seu planeta particular, e quando o frio lhe tomava eu era a chama que te aquecia e derretia seu coração com o mais fervoroso e sincero, amor.
Então por que não me escuta mais? Já não descobre quando não estou bem sem que eu precise falar, e já nem sequer nos falamos. Não sei o motivo pelo qual iria querer me ver só, mas saiba que estou completamente. As pessoas a minha volta não me compreendem como você compreendia, elas não me decifram só de olhar, e já não me dão um propósito para seguir em frente com fé.
Fé, não que você fosse religiosa, pelo contrário tinha dificuldades em acreditar em Deus, mas eu não tinha, sabia que ele existia quando te olhava, a mais perfeita criação que meus olhos já viu. Você apareceu na hora certa, mesmo quando lhe dizia que queria ter lhe conhecido antes, talvez agora eu pense que queria ter te conhecido um pouco mais tarde, com mais maturidade e segurança.
Mas quem sou para definir a ordem de acontecimentos? Não posso voltar atrás e fazer um novo começo e talvez nem gostaria, porque apesar do nosso final estou feliz, afinal acontecemos. Sei que posso ser mais frágil do que apresento, quando ninguém está olhando procuro notícias suas, e quando escuto seu nome meu coração ainda dispara, quando escrevo sobre você… Ah, ainda choro, pois estou revivendo novamente meu luto, o luto da minha morte dentro de ti.
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