Loucura é não viver.


Sim, eu vou bater na mesma tecla mais uma vez - e não prometo ser última vez - pois, acho que vocês ainda não entenderam muito bem o recado de alguns textos atrás. Vocês continuam seguindo um manual de instruções para dizer um "oi". Continuam pisando em ovos e tomando canja de galinha. Vocês nem sequer pensam em comer peixe, até porque, tem espinhas, tem que tirar e dá trabalho demais - imagina ai se fosse caranguejo?
Vocês digitam e depois apagam. E ficam esperando por um sinal que vem sei lá de onde para falar o que sente até para a própria mãe, é mais fácil ela adivinhar, ou ela ter algum poder especial - que a maioria das mães tem - do que você dizer que está triste, que quer conversar, que quer deitar no colo dela.
É o mal do século, esse tal do desapego. As vezes você nem é realmente desapegado, guarda até o papel de bala do primeiro encontro e fica remoendo a primeira vez que a viu naquele bar, naquele club, naquela boate, mas hoje em dia ninguém se apega a ninguém e mesmo sua mãe sempre tendo dito que você não é todo mundo, você é teimoso demais para acreditar nela.
Vocês preferem mil vezes a loucura de namorar alguns anos, noivar por mais uns e depois se casar, mas não ter um pingo de tesão na lua-de-mel, do que arriscar por alguém que além de tesão é capaz de te dar o mundo inteiro. Hoje, é feio demais ir atrás de alguém que perde a razão, é melhor ficar com alguém que te leve para jantar num lugarzinho chique e depois durma sem sequer te tocar, mas que faça aquela boa pose para selfie que vai ser postada no instagram e compartilhada em todas as suas redes sociais.
Esse texto - que é pequeninho assim - é para te dizer que rasgue o manual de instruções que tu comprou dessa sociedade que prega o desapego de afeto, mas o apego do preconceito. Rasga ele todinho. Perde a razão, os princípios, a cabeça, a harmonia, a roupa, a saúde mental. Podem até chamar isso que tu vai fazer de loucura, mas antes viver sem a mente sã e arriscar do que mais na frente olhar para trás e vê que na verdade, você não viveu nada.


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